Artur nega, mas é candidatíssimo ao governo em 2014. Joga com as peças pesadas que dispõe no comando da Prefeitura de Manaus e conta com o apoio do governador Omar Aziz, que deve ficar no governo e na direção da campanha do tucano.
Sem Omar, Artur não estará no páreo. No entanto, os dois já estão com os ponteiros acertados, porquanto entendem que somente unidos poderão vencer Eduardo Braga, com as máquinas do poder na capital e no interior do Estado.
Enquanto isso, Artur faz teatro e infla o ego de José Melo, levando-o a cortar a fita em inaugurações de sua administração, como acaba de ocorrer na festa da Ponta Negra. Mas o que o prefeito espera é garantir a adesão do vice-governador ao seu projeto político, ao fim e ao cabo, uma vez que não lhe restará alternativa, com a permanência de Omar no governo.
Estão aí as razões que levaram Artur a romper e a demitir seu vice-prefeito, Hissa Abrahão, que, irrequieto e impaciente, tinha igual propósito de disputar o governo, em conflito com as pretensões maiores do prefeito tucano.
Em última hipótese, considerando que todos perseguem como objetivo determinante a derrota de Braga, pode-se até mesmo analisar a hipótese do lançamento das candidaturas de Melo e Rebecca, mesmo cientes de que ambos não terão a menor possibilidade de êxito numa disputa com o senador e líder do governo Dilma no Senado Federal.
Ao anunciar a exoneração de Hissa Abrahão, Artur cometeu ato falho, ao declarar que somente ele e mais ninguém poderá confrontar com Braga com reais condições de vitória eleitoral.
Cumpre observar que as pedras ainda se movem no difícil tabuleiro de xadrez da sucessão estadual e assim tudo será possível daqui até as convenções partidárias de junho do próximo ano, tendo-se no meio o prazo fatal para as desincompatibilizações, no final de março, início de abril.
Há complicadores para o prefeito Artur Neto e o próprio vice-prefeito demitido é um deles, dos mais complexos.