Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – Seis deputados estaduais anteciparam que votarão no deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil) para presidir a Assembleia Legislativa do Amazonas se houver nova eleição da Mesa Diretora. As declarações ocorreram na sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas desta terça-feira (29). Na mesma sessão, Cidade disse que a Casa vai avaliar se promove nova eleição, mas antecipou que está apto a concorrer ao cargo.
“Nós vamos dialogar, conversar e tentar entrar no entendimento do que é melhor para o povo do estado do Amazonas. A Assembleia Legislativa é soberana”, afirmou Cidade.
Na segunda-feira (28), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zanin anulou a eleição de Cidade para o biênio 2025-2027, que foi antecipada em abril de 2023, e ordenou que os deputados realizem nova eleição. Zanin atendeu um pedido da direção nacional do partido Novo, que contestou o terceiro mandato consecutivo de Cidade na presidência da Assembleia.
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Na sessão desta terça-feira, Cidade afirmou que vai discutir com a Procuradoria da Assembleia Legislativa e com os deputados sobre a decisão. Segundo ele, se houver entendimento para a realização de nova eleição, os parlamentares irão cumprir a decisão. “Cabe recurso ao Pleno [colegiado], e nós vamos debater com nossa procuradoria e seguir no melhor caminho”, disse Cidade.
Cidade também afirmou que pode ser candidato novamente e recebeu apoio antecipado dos deputados Cabo Maciel (PL), Sinésio Campos (PT), Alessandra Campelo (Podemos), Felipe Souza (PRD), Thiago Abrahim (União Brasil) e Doutor Gomes (Podemos).
“Todo mundo que está aqui tem um trabalho enorme e se for da vontade iremos continuar aqui. (…) Mas isso é uma decisão da Assembleia. E eu tenho certeza que se for da vontade da maioria… Hoje, por essa decisão, eu posso ser candidato novamente para mais uma presidência desta Casa”, afirmou Cidade.
O presidente da Assembleia classificou a ação judicial do partido novo como “ação política” e atribuiu à candidata a vice-prefeita Maria do Carmo Seffair (Novo) a responsabilidade pelo movimento contra ele.
“Essa ação foi fruto dessa eleição para prefeitura. Quem entrou com essa ação foi o partido Novo, a candidata à vice do Capitão Alberto Neto. Foi ela que entrou com essa ação contra essa Casa. É uma ação política, que tenta desfazer uma construção desse pleito. Queriam me prejudicar se eu fosse para o segundo turno”, disse Cidade.
O presidente da Assembleia Legislativa também afirmou que outras 14 assembleias legislativas de todo o país anteciparam as eleições e, recentemente, em Sergipe, os deputados escolheram a mesma mesa diretora para comandar a Casa.
“Em paz”
Ao defenderem a reeleição de Cidade, os deputados Cabo Maciel, Sinésio Campos e Alessandra Campelo afirmaram que o presidente “valoriza os seus pares” e que conduz a Casa com democracia. Também disseram que a Assembleia Legislativa está “em paz”.
“Quem é presidente desta Casa somos nós. Somos nós que votamos, que ouvimos, que trabalhamos aqui. Nós é quem sabemos quem é bom para nós aqui dentro, quem é bom pra conduzir este Poder. Quero que vossa excelência conte com meu voto. Pra mim não interessa o que vem, e de onde vem”, disse Cabo Maciel.
“Se o senhor puder ser candidato, venha. Nós vamos mostrar força se a gente aqui de dentro dizer pra todo mundo que quem manda somos nós. Quem vota somos nós. É nós que sabemos. Nós seremos fortes se nós nos posicionarmos. Se o senhor puder ser candidato, venha e conte com o voto do Cabo. Está declarado meu voto”, completou.
“Deputado Roberto Cidade, vossa excelência em nenhum momento utilizou instrumentos ou ferramentas como presidente para ser reconduzido. Todos e todas estavam muito cientes que nós queríamos pacificar cada vez mais o parlamento estadual”, afirmou Sinésio Campos.
“Pode ter cinco, dez eleições, Roberto Cidade continuará sendo nosso presidente. Eu entendo que vossa excelência tem um trato, um zelo muito especial por esta Casa. E mais! vossa excelência sabe conduzir com maestria e com espírito democrático todos aqui de forma indistinta, quem é governista, quem é oposição. Trata todos de forma igual”, completou o deputado do PT.
Alessandra Campelo lembrou que a reeleição de Cidade foi por unanimidade e afirmou que não procede a alegação de falta de representatividade.
“Naquele momento, a votação foi por unanimidade. Então, não dá nem para dizer que a algum grupo de dentro da Assembleia não está representado nesta mesa já que a votação foi unânime. Se tivermos que realizar uma nova eleição, o senhor conta com meu voto”, afirmou Alessandra Campelo.
“A Assembleia, aqui internamente, a gente vive em paz. Vossa excelência é conciliador e divide o poder com todos nós. Se tivermos que fazer uma nova eleição, e já que só está sendo questionada a data, vossa excelência tem meu voto. Eu sou grupo, eu sou Assembleia, e nós estamos juntos”, completou a deputada do Podemos