Da Redação
MANAUS – O Amazonas está fora da zona de alerta em relação à ocupação de leitos de UTI Covid-19. Nota Técnica divulgada nessa quinta-feira (10), do Observatório Covid-19 da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), analisa a ocupação de leitos para adultos no SUS (Sistema Único de Saúde) relativa ao dia 7 de fevereiro, em comparação aos dados divulgados na última semana.
Além do Amazonas, com percentual de 58% de ocupação, seis estados estão fora da zona de alerta: Roraima (56%), Maranhão (51%), Paraíba (52%), Minas Gerais (42%), Rio de Janeiro (59%) e Rio Grande do Sul (57%).
Onze estados estão na zona de alerta intermediário: Rondônia (69%), Acre (67%), Pará (79%), Amapá (63%), Ceará (73%), Alagoas (69%), Sergipe (75%), Bahia (73%), São Paulo (71%), Paraná (73%) e Santa Catarina (74%).
Nove estados estão na zona de alerta crítico: Tocantins (81%), Piauí (87%), Rio Grande do Norte (89%), Pernambuco (88%), Espírito Santo (87%), Mato Grosso do Sul (92%), Mato Grosso (81%), Goiás (80%) e Distrito Federal (99%).
Para os pesquisadores do Observatório Covid-19, a persistência de taxas de ocupação de leitos de UTI em níveis críticos nos estados e capitais do Nordeste e Centro-Oeste e no Espírito Santo chama a atenção. Especula-se associação do quadro à movimentação induzida pelo turismo durante o verão, no Nordeste. Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo parecem seguir na tendência de queda do indicador.
Entre as capitais, cinco estão fora da zona de alerta: Manaus (58%), Boa Vista (56%), São Luís (55%), Florianópolis (68%) e Porto Alegre (56%).
Cinco estão na zona de alerta intermediário: Macapá (74%), Recife (77%, considerando somente leitos públicos municipais), Salvador (72%), São Paulo (72%) e Curitiba (76%).
E outras 15 estão na zona de alerta crítico: Porto Velho (91%), Rio Branco (80%), Palmas (81%), Teresina (taxa não divulgada, mas estimada superior a 83%), Fortaleza (85%), Natal (percentual estimado de 81%), João Pessoa (81%), Maceió (82%), Belo Horizonte (82%), Vitória (89%), Rio de Janeiro (86%), Campo Grande (99%, Cuiabá (81%), Goiânia (91%) e Brasília (99%). Belém e Aracaju não têm disponibilizado as suas taxas.
O boletim da FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde) informa que entre os casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, internados em Manaus há 254 pacientes, sendo 149 em leitos clínicos (18 na rede privada e 131 na rede pública), 104 em UTI (22 na rede privada e 82 na rede pública) e 1 está em sala vermelha.
A situação vacinal dos pacientes hospitalizados com a Covid-19 mostra que, dos 254 pacientes internados, 104 não foram vacinados, 82 têm esquema vacinal incompleto e 67 têm esquema vacinal completo.
No boletim consta, também, que há outros 81 pacientes internados na rede pública de saúde do interior. São dois em UCI (Unidade de Cuidados Intensivos) e 79 em leitos clínicos.
O documento da Fiocruz ratifica a preocupação com o espalhamento da variante Ômicron no país em áreas com baixa cobertura vacinal e recursos assistenciais precários, o que pode propiciar elevação do número de óbitos por Covid-19. “Como temos sublinhado, a elevadíssima transmissibilidade da variante Ômicron pode incorrer em demanda expressiva de internações em leitos de UTI, mesmo com uma probabilidade mais baixa de ocorrência de casos graves”, afirmam os pesquisadores na Nota Técnica.
Os pesquisadores alertam para a necessidade de avançar com a vacinação, principalmente entre crianças de 5 a 11 anos, exigir o passaporte vacinal como política de estímulo à vacinação e endurecer a obrigatoriedade de máscaras em locais públicos, como forma de controle da Covid-19.