Da Redação
MANAUS – Advogados e peritos travam ‘batalha’ de contestações no início do julgamento do delegado Gustavo Sotero, réu por assassinato, na manhã desta quarta-feira, 27, em Manaus. A defesa contestou a prisão do cliente e pediu julgamento justo e peritos contestaram a condição de inéditas de imagens exibidas nessa terça-feira, 26, da briga em casa noturna de Manaus que resultou no homicídio do advogado Wilson Justo Filho. O crime ocorreu no dia 25 de novembro de 2017.
O advogado de defesa Cláudio Dalledone disse que a prisão preventiva de Sotero é injusta. Cláudio Dalledone voltou a afirmar que Sotero agiu em legítima e que houve uma pressão para que o delegado não fosse solto. “Os habeas corpus tiveram um andamento sempre com pareceres negativos, com uma pressão muito forte de todos os lados para que ele não fosse libertado. É um prisão injusta, ele preenche todos os requisitos para responder em liberdade, os objetivos e os subjetivos”, alegou.
Dalledone falou sobre a possibilidade de Sotero ser interrogado na cena do crime. “Existe possibilidade, isso se a acusação não tiver medo de que o julgamento seja convertido em diligência para que na oportunidade do interrogatório dele seja interrogado dentro do Porão e indique como foi a dinâmica do acontecido”, disse.
Ricardo Molina, perito criminal contratado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas), questionou o caráter inédito das filmagens apresentadas pela defesa à imprensa nesta terça-feira, 26. “Não sei que imagem inédita pode ser essa, que nós já examinamos todas as câmeras de lá [Porão do Alemão], são 15 ou 18 câmeras. O primeiro disparo é muito claro, que foi onde tudo começou. O primeiro disparo foi do acusado se projetando contra a vítima, isso está no vídeo de forma muito clara. Não há como contestar isso, não há imagem que possa alterar isso”, afirmou Molina.
Julgamento
O julgamento deve ser concluído na sexta-feira, 29. O juiz Celso de Paula, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, afirmou que neste primeiro dia haverá a manifestação da acusação. “Hoje é o início da sessão, sorteio dos jurados, a gente vai ouvir as três vítimas sobreviventes, depois iniciamos com as testemunhas de acusação e aquelas que foram chamadas em comum acordo pela acusação e pela defesa”, disse.
Na quinta-feira, 28, será ouvida a parte da defesa, encerrando na sexta-feira, 29, com o réu. “Certamente vai demorar, e vamos suspender a sessão para continuar amanhã ouvindo as testemunhas de defesa e os dois peritos que foram nomeados tanto pela acusação como pela defesa. E sendo necessário, o terceiro dia vai ser o interrogatório do acusado, a quesitação e prolação da sentença”, disse.
O julgamento está programado para durar três dias devido à complexidade do caso, o que exige mais tempo para que o júri possa avaliar as provas. “Em virtude da quantidade de pessoas envolvidas nesse processo, nós marcamos para três dias. Mas nós poderíamos seguir direto, só que isso cansaria os jurados, são muitas informações para que sejam passadas a eles”, afirmou Celso de Paula.