Do ATUAL
MANAUS – Em entrevista aos sites AMAZONAS ATUAL, BNC Amazonas, Portal do Marcos Santos, Portal Único, Blog do Hiel Levy e Blog do Mário Adolfo, no dia 18 deste mês, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), apresentou as “ecobarreiras” que vem sendo instaladas nos igarapés de Manaus como uma medida ambientalmente correta para evitar que o lixo chegue ao rio Negro. Nesta semana, as “ecobarreiras” geraram uma nova “guerra” entre o prefeito e o deputado federa Amom Mandel (Cidadania-AM).
Duas semanas depois da chamada “guerra do lixo” entre David e Amom, um texto publicado por sites da capital gerou uma nova rusga entre os dois pré-candidatos a prefeito de Manaus que lideram as pesquisas de intenção de voto. O texto diz que Amom é contra a instalação das “ecobarreiras” nos igarapés e diz que o deputado apresentou um documento à Secretaria Municipal de Meio Ambiente pedindo a retirada dessas estruturas.
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Nesta sexta-feira (26), Amom Mandel reagiu e disse que a informação é falsa. “Nós apresentamos um documento à Secretaria de Meio Ambiente pedindo que a prefeitura informasse quem é o responsável técnico e suspendesse a instalação das ecobarreiras até que os fatos fossem esclarecidos, porque a instalação desses sistemas está sendo feito de maneira incorreta”, disse o deputado.
No documento enviado à Semma, o parlamentar afirma que “a intervenção para construção de ecobarreiras, objetivo principal nas obras citadas, foram satisfatoriamente instaladas em centenas de cidades brasileiras, sem interferência no fluxo natural de águas. No entanto, o mesmo não ocorreu no Município de Manaus-AM, haja vista as operações inapropriadas, que são feitas sem qualquer preocupação ecológica com a fauna aquática e sem embasamento técnico algum.”
O deputado cita dois casos em que as “ecobarreiras” estão sendo instaladas: no igarapé localizado entre as avenidas Beira-Rio e Beira-Mar, no bairro Coroado, inaugurada em janeiro deste ano, e no igarapé dos Franceses, no trecho da Cidade do Samba, próximo ao Sambódromo, no bairro Alvorada. Ele diz que as obras “têm gerado prejuízo ambiental”, porque a prefeitura tem depositado “toneladas de terra e pedras nos igarapés”.
Amom faz três pedidos à secretaria:
1. Interdição imediata das obras e remoção de dejetos prejudiciais;
2. Disponibilização do licenciamento das obras, para possível fiscalização e estudo da
extensão de danos;
3. Apresentação de servidor encarregado pela execução dos projetos, incluindo o
responsável pela deposição de toneladas de barro e pedras nos igarapés do Coroado
e da Cidade do Samba.
“Nós somos tão a favor das ‘ecobarreiras’ que elas estão na nossa proposta de governo que iremos apresentar durante a campanha. E não pedimos a remoção da ‘ecobarreiras’ instaladas, mas a remoção dos dejetos prejudiciais ao meio ambiente, terra e pedras”, afirmou o parlamentar.
O que diz a Semmas
O secretário da Semmas, Antônio Ademir Stroski, afirmou não há qualquer problema ambiental com as “ecobarreiras” que estão sendo instaladas pela Prefeitura de Manaus, e nem a necessidade de interdição das obras, como solicitado pelo deputado Amom Mandel.
Stroski disse que vai responder ao documento enviado pelo deputado, mas afirmou que a intervenção feita nos igarapés para a instalação das “ecobarreiras” não necessita de licenciamento ambiental. “A retirada de lixo dos igarapés não é uma atividade que exige licença. E as ‘ecobarreiras’ são um instrumento que contribui para essa retirada”, disse.
Segundo o secretário, não é verdade que a prefeitura está despejando terra e pedras nos leitos dos igarapés para a instalação das “ecobarreiras”. Segundo ele, é feito o contrário, ou seja, a retirada de terra onde os igarapés estão assoreados.
Ele explicou que as “ecobarreiras” são flutuantes e não impedem a passagem de animais aquáticos, como peixes, jacarés e quelônios.
Sobre as pedras, Antônio Stroski disse que estão sendo feitas experimentos com a colocação de pedras para a formação de cascatas, que ajudam a tratar a água. Essa e outras experiências, segundo o secretário, estão sendo desenvolvidas em parcerias com universidades do Amazonas.
“Com essas parcerias com as universidades estamos em busca de iniciativas para os igarapés para fazermos as intervenções com mais qualidade técnica. Apesar de termos técnicos que podem nos assessorar, mas queremos envolver as universidades visando a melhoria do meio ambiente da cidade de Manaus”, disse o secretário.
Agenda ambiental
Antônio Stroski afirmou que a agenda ambiental da Prefeitura de Manaus é consistente, com intervenções que pretendem ir além do mandato do prefeito David Almeida. Como exemplo, ele citou o programa lançando no dia 19 deste mês, o Viva Mindu.
O projeto representa “uma grande intervenção no Igarapé do Mindu e seus afluentes”, nas palavras do secretário. Na prática é a despoluição e revitalização do igarapé que corta a cidade de Manaus e seus afluentes.
De acordo com o secretário, não é uma intervenção pontual, mas um trabalho que vai levar pelo menos duas décadas, e com alcance de 17 bairros na zona urbana de Manaus.
Os detalhes desse projeto serão apresentados nos próximos dias.