MANAUS – A Associação Comercial do Amazonas, em reunião realizada na manhã desta quinta-feira, 16, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), organizada pela Comissão de Defesa do Consumidor (Comdec) decidiu coordenar uma campanha educativa para incentivar a população de Manaus a retirar as moedas de cofres e trocá-las por cédulas de papel. De acordo com os representantes do comércio, a baixa circulação de moedas na capital está dificultando o troco. Participaram da reunião representantes da ACA, do Caixa Econômica Federal, do Sindicato das Lotéricas e do Procon-Manaus.
Na reunião, também ficou definido que a Comissão de Defesa do Consumidor enviará ao Banco Central (BC), por meio do Banco do Brasil, já na próxima semana, um documento pedindo explicações e solução para a falta de moedas em Manaus. Esta ano, haverá uma queda de quase 60% na estimativa de produção de moedas do país em comparação a 2013, de acordo com o Banco Central.
No ano passado, a Casa da Moeda produziu 3,1 bilhões de cédulas e 2,3 bilhões de moedas para o Banco Central. Em 2014, a previsão era produzir 1,2 bilhão de cédulas e apenas 945 milhões de moedas. Até o momento, entretanto, a fabricação está muito abaixo do prevista: foram feitas apenas 425 milhões de moedas.
A falta de circulação de moedas, além de notas de baixo valor, como R$ 2, 5 e 10, têm preocupado os comerciantes e agências lotéricas de Manaus. De acordo com o presidente da Comdec, vereador Álvaro Campelo (PP), a campanha é uma forma de encontrar a solução para o problema que afeta o comércio e dificulta o cumprimento da Lei do Troco.
No ano passado, como explicou Campelo, o Executivo Municipal sancionou o Projeto de Lei nº 063/2013, de sua autoria, que obriga a devolução correta e em espécie do troco, em Manaus. Com a lei, os estabelecimentos comerciais de Manaus estão proibidos de substituir o troco em dinheiro por outros produtos como balas e chicletes, sob pena do pagamento de multas.
Ocorre que, como enfatizou o presidente do Sindicato dos Lotéricos, Samuel Silva Azevedo, há aproxidamente seis meses, as lotéricas estão sentido a falta da circulação de moedas. “Sem moedas circulando não tem como passar o troco corretamente”, disse ele.
O comerciante é um dos que defendeu a realização de uma campanha de educação da população, para evitar que continuem a ser taxados de desonestos e de que não querem passar o troco correto.
Samuel disse que criaram uma minicampanha nas lotéricas, incentivando a troca de R$ 100 em cédula por moedas. Na troca, o cliente ganha uma raspadinha.
‘Pequenos’ sofrem
A Associação Comercial do Amazonas (ACA), representada pelo vice-presidente, Ataliba David Antônio Filho, destacou que o pequeno e médio varejo sofre com a falta de moedas. “Para a Lei do Troco ser viabilizada é preciso apoio do Banco Central no abastecimento dos bancos do Brasil (BB) e Caixa”, afirmou. Segundo ele, os comerciantes não podem ser responsabilizados pela falta de troco, se faltam moedas. “Para nós é importante a regularização do meio circulante”.
Representante do Procon/Manaus (Programa Municipal de Defesa do Consumidor), Fabrício Lima garantiu que o órgão já estava pensando em realizar uma fiscalização e apoiou a ideia da campanha de orientação da população.
Cobranças ao BC
Gerente regional da Caixa Econômica Federal, Paulo Afonso Escócio Júnior, garantiu que o Banco do Brasil é responsável para repassar moedas e cédulas para os bancos conveniados, entre eles a Caixa, que os repassa para as lotéricas.
Paulo Afonso disse que, por causa da escassez de moedas, já fizeram cobranças ao BC, mas a justificativa é a de que o custo da logística é maior do que a fabricação de moedas, gerando a dificuldade, o que não é justificável, em sua opinião. Entretanto, diante da dificuldade a Caixa está orientando os clientes a utilização do cartão magnético, para evitar o problema do troco.