Quem viu a vitória acachapante do grupo de Eduardo Braga (PMDB) nas eleições de 2010 jamais imaginava que ele pudesse estar em desvantagem nestas eleições, ainda mais com o adversário que ora aparece na frente nas pesquisas de intenção de voto. Além de reeleger o governador Omar Aziz (PSD), Braga orquestrou a vitória de Vanessa Grazziotin (PCdoB) e tirou da boca de Arthur Virgílio Neto (PSDB) um pão que se apresentava líquido e certo. Fortalecido, o líder chegou a Brasília com toda pompa e de lá dava as cartas até nos terrenos alheios. Foi o que fez na Câmara Municipal de Manaus, em 2010, quando derrotou Amazonino Mendes, impondo uma vitória a Isaac Tayah contra o candidato do prefeito.
A casa começou a ruir em 2012, quando numa trapalhada de última hora tirou Rebecca Garcia (PP) da disputa eleitoral para a Prefeitura de Manaus e lançou Vanessa Grazziotin. Naquele momento, o grupo começou a rachar. Omar Aziz, apesar do apoio formal à candidatura de Vanessa, não escondia a preferência pelo amigo do PSDB. Vanessa foi derrotada e com ela os partidos fiéis a Braga. O PCdoB não conseguiu eleger vereador e o PT fez três, as ficou isolado na CMM. Os demais, com exceção do PSL de Massami Miki, se aliaram à governança municipal.
Agora, para a disputa do primeiro turno, Braga só conseguiu formar um grupo frágil que estava mais interessado em se beneficiar do que em ajudar a elegê-lo governador. Sabino Castelo Branco e Cia, Eron Bezerra, Gedeão Amorim, os candidatos mais fortes do grupo até às vésperas do processo eleitoral, tiveram que dar lugar aos novatos Marcos Rotta, Hissa Abrahão e Conceição Sampaio na disputa à Câmara dos Deputados.
A quase certa vitória no primeiro turno não aconteceu e Braga chega ao segundo turno mais ameaçado do que nunca, desde que conseguiu a vitória de 2002. As urnas ainda precisam ser abertas, no dia 26 de outubro, para se confirmar uma segunda derrota consecutiva do grupo do senador. Se isso ocorrer, Braga terá que se reinventar em 2016 se quiser sonhar com uma disputa majoritária em 2018.