EDITORIAL
MANAUS – As eleições no Brasil nos últimos anos têm sido marcadas por baixarias e notícias falsas (como o brasileiro adora um estrangeirismo, essas informações falsas passaram a ser chadas de fake news). Em Manaus, a temporada de baixarias já está aberta. E a mira são os candidatos que melhor pontuam nas pesquisas de intenção de voto.
Desde as eleições de 2008, assistimos a uma onda nos meios de comunicação da capital amazonense, principalmente naqueles veículos de baixa qualidade e audiência, com a cessão de espaço a pessoas pagas para atacar reputações de candidatos. Nesta sanha perversa de “derrubar” o conceito do candidato junto ao seu eleitorado, vale tudo.
Algumas dessas pessoas ultrapassam o limite da liberdade de expressão e comunicação e chegam à prática de crimes contra a honra e a dignidade, além de crimes eleitorais. Já estamos vivendo essa realidade em Manaus. Os “comunicadores” a serviço de candidatos para atacar adversários já estão em serviço, e o nível dos “discursos” nunca foi tão rasteiro.
Os veículos tradicionais usados para tentar influenciar o resultado das eleições dividem espaço com a internet e as redes sociais. Esse fenômeno não é novo, mas a cada ano é potencializado pelo número de pessoas dispostas a “abraçar a causa”. A cada eleição cresce o número de sites, blogs e perfis nas redes sociais com o propósito de promover “eleições sujas” ou “campanha eleitoral suja”.
Contra essa gente, o melhor remédio é o pedido de direito de resposta. Usar o próprio veículo que ataca para a defesa é uma saída menos traumática aos candidatos. A outra, mais perigosa, é acionar a Justiça para retirada de conteúdo falso ou ofensivo, mas essa medida é um prato cheio para o discurso de vitimização, com o argumento de que o atacado pratica “censura” contra os “comunicadores”.
O que se espera é que a Justiça Comum e a Justiça Eleitoral estejam preparadas para dar respostas rápidas a essa demanda, que deve crescer nos próximos meses, à medida que a eleição vai se afunilando.