O governador do Amazonas, professor José Melo, parece não ter aprendido as operações básicas da Matemática ou está mal informado sobre o que se passa no principal espaço do “quintal de sua casa”. No penúltimo dia do ano, chamou a imprensa de Manaus para dizer que estava encerrando 2014 com as contas em dia. De acordo com o governador, ele pagou neste mês de dezembro, aproximadamente R$ 1,25 bilhão em folha do funcionalismo, 2ª parcela do 13º salário, prestadores de serviços nas áreas de manutenção e fornecedores em geral do Estado. Só nesta terça-feira, 30, foram cerca de R$ 100 milhões. No ano, os pagamentos chegam à casa dos R$ 11,650 bilhões. Tudo bem, mas o governo tinha empenhados R$ 14,6 bilhões. Conforme está registrado no Portal da Transparência do governo, que também informa o pagamento de R$ 13,3 bilhões. É só subtrair e chega-se a um déficit de R$ 1,3 bilhão, ou seja, cinco vezes o prêmio da Mega Sena da Virada. Essa é a dívida que vai ficar para 2015.
“Lobo fica!”
O governador José Melo também disse, durante a coletiva desta terça-feira, que vai manter o secretário Afonso Lobo na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz). Ele só não explicou o que fazia com o ex-secretário Isper Abrahim na Sefaz um dia antes. Isper estava na Sefaz também nesta terça-feira, mas foi “escondido” da imprensa.
Dinheiro antecipado
O secretário Afonso Lobo explicou por que os repasses estaduais aos municípios foram antecipados em dois dias: “O normal seria repassarmos os valores amanhã (quarta-feira, 31), mas antecipamos para ontem (segunda-feira, 29). Dessa forma, os prefeitos podem encerrar seus balanços com mais tranquilidade, já que de outro modo o recurso só estaria disponível, na sexta-feira, dia 2 de janeiro”. Foram R$ 36,633 milhões, a maior fatia (R$ 22,7 milhões) para Manaus.
Malandragem política
O secretário de Educação do Município de Manaus, Humerto Michiles, foi exonerado do cargo no último dia 29, a pedido, adivinhem para quê? Para assumir a vaga de Henrique Oliveira (SD) na Câmara dos Deputados. Henrique renunciou ao cargo para assumir, neste 1º de janeiro, o cargo de vice-governador do Amazonas. Como os novos deputado só tomam posse em fevereiro, Michiles ficaria no cargo por um mês, receberia o salário de R$ 37 mil sem trabalhar e poderia usar a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar à vontade.
Malandragem dupla
Nos bastidores, dizem que Micheles, na verdade, só estava fazendo um joguinho manipulado pelo prefeito Arthur Virgílio Neto. O ex-secretário era o terceiro suplente, pelo PR, mas agora é filiado ao PSDB. Assumiria a vaga, para em seguida renunciar e abrir o espaço para o vereador Massami Miki, que vendeu o voto na eleição da Câmara Municipal para o candidato de Arthur. No entanto, não precisaria Michiles assumir a vaga, bastava rejeitar o cargo.
Renúncia antecipada
Foi o que fez o vereador Marcelo Serafim (PSB), primeiro suplente de Henrique Oliveira. Ao saber da renúncia de Henrique, Marcelo se antecipou e disse que não assumiria o cargo, porque não haverá atividade no Congresso Nacional no mês de janeiro.