Da Redação
MANAUS – O MPF (Ministério Público Federal) informou que o Governo do Amazonas foi obrigado a assumir os serviços de saúde das empresas envolvidas na Operação Maus Caminhos e que tiveram repasses do Estado bloqueados pela Justiça. Trabalhadores das empresas Salvare, Total Saúde e Simea, investigadas pela PF (Polícia Federal) e a CGU (Controladoria Geral da União), cobram, em protestos públicos, o pagamento de salários atrasados à Susam (Secretaria de Estado da Saúde).
Na segunda-feira, 10, funcionários da Salvare, que presta serviço móvel de urgência, usaram as ambulâncias da empresa para uma manifestação em frente à sede da Susam, na zona centro-sul de Manaus. No Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz, localizado no quilômetro 53 da rodovia AM-010 (Manaus/Rio Preto da Eva), funcionários paralisaram as atividades. Eles promoveram protesto em trecho da estrada, cobraram salários e alertaram que já há escassez de alimentos no estabelecimento, que atende 74 pacientes. Novos atendimentos foram suspensos, segundo os manifestantes, por falta de médicos e psiquiatras.
O Centro Ismael Abdel Aziz é uma das unidades de saúde do Estado administradas pelo INC (Instituto Novos Caminhos), principal envolvido no esquema de fraudes que, segundo a PF, desviou R$ 112 milhões do Fundo Estadual de Saúde. O fundo repassava dinheiro ao INC, também responsável pela gestão das UPAs (Unidade de Pronto-Atendimento) Campos Sales, em Manaus, 24 Horas e Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga.
Manifestações de funcionários das empresas ocorreram semanalmente no mês setembro. Em todas, a cobrança foi para receber salários atrasados. A Operação Maus Caminhos foi deflagrada no dia 20 de setembro, e a Justiça determinou o bloqueio de repasses às empresas dois dias depois.
Conforme o Ministério Público, a PF solicitou ampliação do prazo para concluir relatório da operação. O MPF informou que concedeu mais 15 dias. A denúncia dos envolvidos à Justiça será feita a partir do relatório. O principal implicado é o médico Mouhamad Moustafa, considerado pela PF o chefe do grupo que desviava os recursos da saúde.
“Nós não sabemos como as coisas irão ficar, porque ninguém veio conversar com a gente sobre nossos salários atrasados e nem se vamos permanecer no emprego. Nós sabermos da situação toda, mas precisamos ter nosso sustento garantido”, disse o motorista Nielson Castro, 25, que dirige ambulância. Entre os serviços da Salvare estão o resgate de pacientes e o atendimento feito pelos socorristas.
Os funcionários do INC, que foram dispensados uma semana após a operação, entraram com ação na Justiça do Trabalho para receber seus benefícios. “Nós queremos receber o que temos de direito para seguirmos a nossa vida. Na próxima quinta-feira, teremos uma audiência com a juíza que irá determinar a liberação do nosso dinheiro que está bloqueado”, disse Paulo César Almeida de Souza, um dos líderes do grupo de funcionários que recorreu à Justiça.
Dos R$ 221 milhões do Fundo Estadual de Saúde, que foram repassados ao Instituto Novos Caminhos, R$ 76 milhões foram transferidos para Salvare, R$ 7 milhões para Total Saúde e R$ 40 milhões para Simea. A Polícia Federal não informou como foram aplicados os R$ 98 milhões restantes que haviam sido repassados para INC.
O INC, segundo a PF, teria feito triangulação contratual criminosa com a Salvare para contratar a empresa MV Informática. O serviço da empresa de informática desenvolvedora de um sistema de gestão que poderia ser adquirido por R$ 318.760,00, teria custado R$ 1.262.170,35 com negociação entre INC e Salvare.
Consultadas pelo AMAZONAS ATUAL, a Susam e a Secom (Secretaria de Estado da Comunicação) não se manifestaram sobre a incorporação dos serviços prestados pelas empresas. A Susam informou apenas que o repasse de recursos às empresas estão suspensos por ordem judicial. A Susam também não respondeu às indagações sobre a situação no Centro Ismael Abdel Aziz.
O Governo do Amazonas anda agindo de forma COVARDE para todo assunto ligado a desvios de verbas públicas do Estado, Serviços de Saúde, Segurança Pública, Terceirização, diminuição de arrecadação. Parece que o Estado não tem governo ou não tem liderança real e eficiencia para coibir estes desmandos e dissídias nestas áreas há muito tempo que atingem diretamente a população manauara? Um descalabro total!
O povo não quer saber como vai ficar o rolo dos corruptos, quer os serviços disponíveis. Na próxima eleição para governador o povo vai saber em quem não votar ou apoiar claramente! Já chega de embromação!!!!