Com dois assassinatos este ano de pessoas que se levantaram contra o criminosos, uma média de cinco arrombamentos a apartamentos por dia – 150 ao mês – e um comércio deliberado de drogas, o conjunto Viver Melhor, no bairro Santa Etelvina, na zona norte, subsiste como um gueto em Manaus totalmente esquecido pelo Poder Público. Sem a presença de policiamento permanente, o residencial, inaugurado há menos de três anos (a última etapa foi inaugurada em fevereiro de 2014 pela presidente Dilma Rousseff), e com mais de 30 mil moradores, é ignorado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Um grupo de moradores, que não quis a identificação na mídia, fez, nesta quarta-feira, uma verdadeira “via crucis” nas Casas Legislativas (Câmara de Manaus e Assembleia Legislativa), pedindo dos parlamentares que intercedam junto à SSP para terem direito à instalação de um Distrito Integrado de Polícia (DIP), com a presença de agentes da Polícia Civil e da Polícia Militar (PM). Todos os moradores que enfrentaram os criminosos do conjunto ou foram mortos (caso do sargento da PM Fredson Cunha, em janeiro deste ano, e da dona de casa Berenilce Silva, nesta semana) ou foram espancados (o que ocorreu com três comerciantes). A polícia, que deveria atuar na prevenção dos crimes, assiste passivamente, ou está ausente. Resta saber se os moradores vão poder contar com os representantes do povo nos parlamentos na luta pelo direito básico de qualquer cidadão: o direito à vida.
Curral ignorado
Com quatro etapas, totalizando 7 mil unidades habitacionais, o Conjunto Viver Melhor tem, em média, cinco membros de uma família morando em cada apartamento, o que representa pelo menos 35 mil pessoas, logo um importante nicho eleitoral que vem sendo ignorado pelos políticos que almejam um cargo no ano que vem.
Nada certo
A reforma administrativa da Prefeitura de Manaus foi entregue, nesta quarta-feira, à Câmara Municipal de Manaus, mas não se ouviu falar até agora da mudança dos titulares da pasta. Há três semanas, interlocutores do prefeito Arthur Virgílio Neto fizeram circular na imprensa que o vereador Sildomar Abtibol (Pros) iria para a Semjel e o ex-vereador Luiz Alberto Carijó (PDT), para a Semad, mas na CMM, aliados do prefeito afirmaram que ele ainda negocia as duas secretarias com dirigentes de outros partidos para ter apoio em 2016.
Expectativa
A grande expectativa, no entanto, a respeito do secretariado de Arthur é o nome para o novo cargo que será criado, o de secretário extraordinário do Poder Executivo. O chefe da Casa Civil, Márico Noronha, deixou velado que o prefeito já escolheu o nome, mas só deve anunciar depois de aprovado o projeto de lei da reforma na Câmara Municipal.
Discurso vazio 1
Em eventos político, não pode faltara discurso. Mas às vezes, essa exigência produz discursos tão fora da realidade que o autor deveria corar se não fosse político. Foi o que ocorreu com vice-governador Henrique Oliveira, no evento de recepção de um navio da Marinha em Manaus, nesta quarta-feira, 1°. “A Marinha tem participado efetivamente da valorização das nossas estradas naturais, que são os rios”, disse, e completou: “E quando abrimos esse canal para que o Ministério da Defesa, através do Governo Federal, comece a valorizar os nossos rios, que estão prontos para serem navegados, e trazerem e levarem esse desenvolvimento para o Amazonas e para o Brasil, nós enxergamos de forma muito positiva”. Como assim, senhor Henrique?
Discurso vazio 2
Na posse do seu secretário extraordinário de Relações Institucionais, Francisco Cruz, o governador José Melo, depois de explicar que o novo cargo deve oxigenar o governo, auxiliando os responsáveis pelas pastas a criar novos projetos, melhorar a prestação dos serviços e implantar novos programas de governo soltou essa pérola: “A base é a união. Não consigo conceber o governo como na Idade Média, cheia de Duques e Princesas. Concebi o governo com todos juntos, ajudando, porque, afinal de contas, quem nos elegeu quer o serviço na ponta com eficiência e qualidade”.
Discurso vazio 3
Aí, a comunicação do Governo, quis saber a opinião do prefeito Arthur Virgílio Neto sobre o papel do novo secretário extraordinário Francisco Cruz. Saiu assim o discurso: “Eu espero muito dessa capacidade de diálogo que será expandida pela ação do secretário. Alguém com articulação e capacidade de se relacionar com as pessoas e fazer a análise crua dos fatos para o governador, porque a sinceridade e lealdade também fazem parte do cardápio”.
Voto de confiança
O vereador Plínio Valério (PSDB), do partido de Arthur, durante a discussão do projeto de lei que elevou o valor do subsídio para as empresas de ônibus, disse que votaria a favor para dar um voto de confiança ao prefeito. Mas advertiu que a próxima concessão de subsídio deve ser amarrada com a exigência de contrapartidas das empresas. “Só deve receber subsídio quem for correto. E correção não é o que existe no transporte coletivo de Manaus”, disse.
“Não é para as empresas”
O vereador Marcelo Serafim, ao defender o subsídio para as empresas de ônibus “advertiu” que “não é um subsídio para as empresas, mas sim para a população da cidade de Manaus”. E completou: “Nós temos que dividir o prejuízo da população com toda a coletividade e não deixar apenas na mão e nas costas daquelas pessoas que menos podem pagar essa conta”.