Por Wálter Nunes/ Da Folhapress
SÃO PAULO – O relógio marcava 18h45 quando um homem entrou no salão do Palácio do Trabalhador, sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, e gritou: “Ele passou”.
Foi o início de uma comemoração como a de um gol decisivo no último minuto.
Faltando pouco mais de 20% das urnas a serem apuradas, o governador Márcio França, candidato do PSB à reeleição, havia acabado de assumir o segundo lugar na disputa estadual.
Com 21,48%, deixou para trás Skaf na briga pela última vaga no segundo turno da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. O tucano João Doria liderou a disputa com 31,77%.
As pesquisas durante a reta final da campanha mostravam o gráfico ascendente das intenções de voto em França, mas ele nunca apareceu entre os dois primeiros que ganham direito a se confrontar na última semana de outubro.
“São Paulo avança, governador é Márcio França”, cantavam os militantes.
O governador assistiu à apuração no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Só iria mais tarde para o sindicato encontrar a militância e conceder entrevista.
De manhã, quando votou em uma escola em São Paulo, França já tinha dado a dica de que partirá para cima de Doria no segundo turno.
Na saída de sua seção, falou a sobre o adversário, que, segundo ele, fez a campanha contrariado.
“Doria era candidato à Presidência. Ele se iludiu com a vitória na prefeitura. Como ele não conseguiu a disputa [à Presidência], ele foi buscar o prêmio de consolação no governo de São Paulo.”
França assumiu o governo após Geraldo Alckmin (PSDB) deixar o cargo para disputar a Presidência.