Por Cleber Oliveira, da Redação
MANAUS – A situação da rede pública de saúde em Manaus na segunda onda da pandemia de Covid-19, em janeiro de 2021, era de “desassistência e caos”, afirmou a médica Mayra Isabel Correia Pinheiro, secretária de Gestão e Trabalho do Ministério da Saúde, à CPI da Covid-19, na manhã desta terça-feira.
“Unidades (Básicas de Saúde – UBS) estavam fechadas enquanto a população morria”, afirmou.
Segundo a secretária, das mais de 100 UBS (Unidades Básicas de Saúde) na capital apenas 18 foram reservadas para atendimento de pacientes de Covid-19. “Encontramos Unidades Básicas de Saúde fechadas, sem médicos e sem medicamentos como dipirona e paracetamol”, afirmou.
A secretária disse que quando chegou à capital em janeiro, encontrou situação de descontrole na saúde pública. “A gente não tinha um controle de crise, não havia planejamento estratégico, não tínhamos triagem. A secretaria (de Saúde) informou que tínhamos 2 mil teste de RTC-PCR reprimidos”, revelou, sem esclarecer se era a Semed (municipal) ou SES (estadual).
Mayra Pinheiro afirmou que a Secretaria de Saúde não tinha um controle de gerenciamento de crise. “Não havia planejamento estratégico para o enfrentamento da doença. Nas UBS não tínhamos triagem. Os pacientes que chegavam com Covid eram misturados com pacientes sem Covid e contaminando mais. A gente não tinha testes para isolar as pessoas com outras doenças para que não houvesse novas pessoas contaminadas”, afirmou.
A médica disse que também não havia “segmento telefônico nem de nenhuma outra forma para monitorar os doentes que estavam em casa”.
Mayra Pinheiro revelou que havia mais de 1.200 agentes de saúde em Manaus que foram dispensados de suas atividades. “A Sgtes (Secretaria de Gestão e Trabalho) treinou em uma semana esses profissionais e pediu a secretaria para incentivar o retorno ao trabalho”, disse.
A secretária afirmou que não houve percepção de que faltaria oxigênio em Manaus e não tratou diretamente do problema. “Tínhamos informações de que a secretaria enviou ofício ao ministro (da Saúde, Eduardo Pazuello) sobre a falta de oxigênio”, disse.
Conforme Mayra Pinheiro, como não atuou nas decisões de ações de combate à pandemia, não era possível identificar se haveria escassez do produto nos hospitais. Ela disse que participou apenas de discussões sobre o uso de profissionais de saúde no combate à doença.
Amém, finalmente acho que agora a POLÍCIA FEDERAL vai prender esse assassino do Governador Wilson Lima e todos aqueles que compartilharam com essas mortes, inclusive, alessandra campelo, joana dàrc, Mayara e outros. Tem que fazer justiça e, só confiamos na Policia Federal e Ministério Publico Federal.