Do ATUAL
MANAUS – O Amazonas é 5º estado com maior número de professores efetivos na rede pública de ensino. Apenas 10% dos profissionais de educação são temporários. A liderança é do Rio de Janeiro, com 96% de concursados e 4% de temporários.
Os dados são do estudo “Professores temporários nas redes estaduais do Brasil”, da ONG Todos pela Educação. O Rio Grande do Norte é o segundo colocado com 94% de efetivos, seguido do Pará [também 94%] e da Bahia (93% de concursados).
Na outra tabela, Minas Gerais lidera com o maior número de temporários: 80% dos professores da rede pública. Só 19% são efetivos. Tocantins tem 79% de temporários e 20% de concursados. O Acre mantém 75% de temporários, contra 23 de efetivos. O Espírito Santo é o quarto com 73% de temporários e 26% de concursados e na quinta posição está Santa Catarina, com 71% de professores temporários.
Conforme o estudo, 15 estados registram mais professores temporários que efetivos. De 2020 a 2023, 67% dos estados aumentaram a quantidade de temporários e diminuíram a de efetivos.
O estudo também apresenta dados sobre o perfil dos professores temporários. Em 2020, entre os temporários, cerca de 32% tinham até 34 anos. Embora sejam mais jovens que os efetivos, é pequena a parcela de docentes que estariam, em tese, em início de carreira. Além disso, 43,6% dos docentes temporários atuam há pelo menos 11 anos como professor, indicando que os contratos temporários são parte da realidade das redes de ensino e estão sendo utilizados para compor o corpo docente fixo.
Segundo a “Todos pela Educação”, Três aspectos podem explicar os possíveis impactos negativos de professores temporários sobre os resultados dos estudantes: a alta rotatividade docente – que pode prejudicar o vínculo com a comunidade escolar e o efetivo desenvolvimento dos estudantes – os processos seletivos utilizados pelas redes de ensino, que em sua maioria não utilizam boas etapas de seleção e as condições de trabalho dos professores – que podem ser piores que a dos efetivos.
A ONG utilizou do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) do 9º do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio, e identificou que, tanto para a disciplina de Língua Portuguesa quanto para de Matemática, o fato de um estudante ter um professor temporário está associado a um desempenho menor na avaliação, mesmo quando levado em conta fatores como o nível socioeconômico e a raça/cor dos estudantes.