Embalado por factoides reproduzido por órgãos de imprensa, como contabilizar os votos brancos, nulos e abstenções para desqualificar a vitória da presidente Dilma Rousseff (PT) nas urnas de forma livre e democrática, manifestantes foram às ruas neste sábado protestar e pedir o impeachment da chefe da nação. Até aí, o protesto é aceitável, e cumpre uma função social de contestação ao atual governo, que tem problemas que precisam ser corrigidos. O absurdo, no entanto, aconteceu quando parte dos manifestantes exibiram cartazes pedindo “intervenção militar” e dizendo “o povo apoia as Forças Armadas”, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Não é uma inverdade que o povo apoia as Forças Armadas brasileiras, mas para cumprir aquilo que é missão dela: a defesa do país de ameaças externas. Nunca para promover intervenção em governo eleito pelo voto popular, democraticamente, como ocorreu no passado.
Não há espaço, neste cenário, para ingenuidades, nem para achar que os manifestantes jovens não têm noção do que estão fazendo. O que ocorre no Brasil é um movimento de apoio às forças reacionárias, que precisa ser combatido. São jovens filhotes da ditadura militar, que se instalou em 1964 e governou o Estado com mão de ferro por 20 longos anos, matando e oprimindo a população brasileira.
A volta do militarismo é inimaginável e inaceitável em uma sociedade que se constrói sob bases democráticas, depois de anos de repressão, em que as instituições e os poderes foram jogados às traças.
Apoiar esse movimento é retroagir e colaborar com as forças mais retrogradas do País, que foram derrotadas com a Constituição de 1988.
O Amazonas ATUAL repudia qualquer movimento antidemocrático e que suscite a volta do regime de exceção.