Do ATUAL
MANAUS – A Ufam (Universidade Federal do Amazonas) precisa de R$ 8,1 milhões para quitar as contas de 2022, informou a Adua (Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas) em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (16).
A instituição calculou o déficit milionário a partir dos sucessivos cortes realizados pelo governo federal no orçamento.
O último bloqueio de verbas de R$ 6,2 milhões, ocorrido em 1º de dezembro, somado ao corte de R$ 7,5 milhões do mês de junho, reduziu em R$ 13,5 milhões as verbas da universidade. Sem esse dinheiro, a Ufam não tem recursos para pagar todas as despesas previstas e fechar o mês de dezembro no “azul”.
O presidente da Adua, Jacob Paiva, afirma que se não houver uma reversão imediata desses cortes a Ufam irá parar. “Estamos muito preocupados se o próximo governo, com a correlação de forças dentro do Congresso Nacional, conseguirá reverter essa situação. Da nossa parte, enquanto sindicato, faremos todos os esforços necessários de pressão no Congresso e Ministério da Educação, para reverter esse quadro”, disse.
A Adua alerta que o funcionamento da Universidade, no próximo ano, também é incerto, uma vez que não há, até agora, verba para pagar energia, água, telefonia, segurança, limpeza, manutenção e conservação e o salário dos terceirizados.
Com a mobilização dos professores, o governo federal liberou, no dia 8 de dezembro, R$ 1,1 milhão para a Ufam. O valor foi destinado exclusivamente para a assistência estudantil – que compõe o Plano Nacional de Assistência Estudantil – e não cobre o pagamento de outras modalidades de bolsas, como as de graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão.
Na quarta-feira (14), a Adua encaminhou um ofício à Reitoria da Ufam em solicita reunião, em caráter de urgência, para tratar sobre os impactos do contingenciamento de recursos da Ufam.
“Já entregamos uma pauta para o reitor, para nossa federação, a Fasubra, e para a equipe de transição do novo governo para abrirmos uma mesa de negociações em Brasília e defender que essa verba seja recolocada para a Universidade para que todos tenham um ensino de qualidade”, disse Crizolda Araújo, coordenadora-geral do Sintesam (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Amazonas).
Impacto nacional
Com o corte de R$ 1,4 bilhão do orçamento do Ministério da Educação, sendo R$ 344 milhões de universidades e institutos federais, as comunidades acadêmicas e entidades do setor da Educação têm realizado nacionalmente pressão pelo desbloqueio integral e imediato do orçamento.
Nestes dias 15 e 16 de dezembro, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) convocou manifestações em todo o país contra os cortes orçamentários. Nas universidades e institutos, foram realizadas panfletagens, aulas públicas, paralisações e uma série de outros atos em protesto contra os cortes orçamentários.