
Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O tentente Joselito Pessoa foi condenado a 63 anos de prisão pelo assassinato dos policiais militares Edizandro Santos Louzada e Grasiano Monteiro Negreiros e pela tentativa de assassinato de Robson Almeida Rodrigues e do major Lurdenilson Lima de Paula. Os crimes ocorreram no dia 5 de janeiro de 2019 em um bairro na zona norte de Manaus.
A sentença foi lida na noite desta quarta-feira (14) pelo juiz Lucas Couto Bezerra, da 3ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus. Conforme o magistrado, o conselho de sentença entendeu que a pena é “suficiente para a reprovação e prevenção dos dois crimes de homicídio qualificado consumados e dos dois crimes de homicídio qualificado tentados perpetrados pelo réu”.
Joselito foi condenado duas vezes pelo crime de homicídio cometido à traição contra Edizandro Louza e Grasiano Monteiro, e duas vezes pelo crime de “homicídio qualificado tentados”, praticado contra Robson Rodrigues e Lurdenilson de Paula. Apesar de a pena ter alcançado 63 anos, a legislação brasileira estabelece que o limite de pena a ser cumprido é de 30 anos.
De acordo com a denúncia do MP-AM (Ministério Público do Amazonas), o crime aconteceu na madrugada do dia 5 de janeiro de 2019 na rua Monte Horebe, bairro Colônia Santo Antônio, zona norte de Manaus. No dia do crime, os policiais usavam uma viatura da Polícia Militar descaracterizada e tinham acabado de sair de uma comemoração iniciada na delegacia.
Grasiano conduzia o automóvel e todos seriam levados para casa. No entanto, conforme a polícia, houve desentendimento entre eles e o tenente Joselito disparou na nuca de Grasiano, que perdeu o controle do veículo e acabou capotando. O sargento Edizandro também foi atingido com um tiro na cabeça, chegou a ser encaminhado para uma unidade de saúde, mas não resistiu.
Na sessão de julgamento realizada nesta quarta-feira, no Fórum Ministro Henoch Reis, Lurdenilson de Paula afirmou que Joselito disparou contra eles de dentro do veículo em que todos estavam. Também disse que o tenente não lhe ofereceu ajuda nenhuma após o ocorrido e que desde lá não teve mais contato com Joselito.
O tenente Joselito também foi ouvido. Ele disse que ficaria calado sobre as denúncias que lhe eram imputadas. No entanto, ao ser questionado pelo juiz se gostaria de dar a sua versão dos fatos, negou ter efetuado os disparos. “Eu não atirei em ninguém e não confesso esses crimes”, declarou o tenente.
Na leitura da sentença, às 22h25, o juiz Lucas Couto Bezerra decretou a prisão para o cumprimento provisório da pena. A defesa prometeu em plenário que vai recorrer da sentença.