Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – A Polícia Civil do Amazonas prendeu, nesta quinta-feira (2), no município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), quatro suspeitos de desviar R$ 1,2 milhão do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas). Segundo o MP-AM (Ministério Público do Amazonas), o grupo era comandado por um servidor terceirizado do órgão.
As prisões em Parintins foram cumpridas no âmbito da Operação Nababo, que investiga a emissão fraudulenta de alvarás para saque de valores de contas vinculadas a processos judiciais arquivados. No mesmo dia, a polícia cumpriu outros seis mandados de prisão temporária, busca e apreensão e sequestro de bens.
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De acordo com o delegado Adilson Cunha, da Delegacia Interativa de Polícia de Parintins, as investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) apontam que o funcionário – identificado apenas como “Erleson” – usava uma senha de acesso ao sistema do TJAM para movimentar dinheiro de processos finalizados.
“Através dessa senha ele movimentava o dinheiro de processos findos – aquele dinheiro que fica no caixa em conta judicial – e transferia para contas de amigos. Ele distribuia esse dinheiro para vários amigos, dentre eles esses outros que foram presos com ele. Através dessa investigação do MP, conseguiu-se chegar a esses três e mais o Erleson”, disse Cunha.
As investigações apontaram que Erleson, que trabalhou no TJAM em 2019 como funcionário terceirizado, “vivia uma vida de luxo totalmente fora dos padrões para um cidadão que ganhava um salário de R$ 1 mil”. “Ele conseguiu, juntamente com apoio desses amigos dele aqui em Parintins, desviar esses valores que chegam a quase R$ 1 milhão”, disse Cunha.
As investigações apontam que o funcionário usava o dinheiro para “investir” em uma loja de celulares, de propriedade dele. “Maior parte desse dinheiro provavelmente estava sendo investido nessa loja. É uma loja nova que começou a funcionar em meados de abril e vendia celulares novos, de altos valores, inclusive fazendo promoções”, afirmou o delegado.
O delegado afirmou que outros supostos integrantes, incluindo pessoas de Manaus, estão envolvidas no esquema. Uma dos alvos de prisão temporária não foi localizado em Parintins. “A princípio ele se encontra fora da cidade, em outro município. Existe outras pessoas envolvidas que já foram presas em Manaus”, afirmou Cunha.