MANAUS – Sem recurso para implantar um sistema de transporte público mais completo, a Prefeitura de Manaus insiste na implantação de um serviço temporário, o chamado BRS (Bus Rapid Transit), que na essência, não difere do que vem sendo feito há mais de 20 anos, com exceção da faixa exclusiva nos principais corredores. De acordo com o diretor-presidente da Superintendência Municipal de Transporte (SMTU), Pedro Carvalho, a polêmica faixa azul, será aplicada, ainda nesse semestre, na avenida Torquato Tapajós, que liga a zona norte ao Centro da cidade, e no futuro próximo, deve chegar a outras duas avenidas: a Humberto Calderaro e a Cosme Ferreira.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) informa que a implantação de mais uma plataforma do BRS na Torquato Tapajós custará R$ 277.032,74. De acordo com a Seminf, essa será a última plataforma, que se somará a outras 42 já implantadas na cidade. A pasta explicou que a obra é necessária porque, quando a Torquato Tapajós foi alargada, um dos abrigos do antigo Expresso foi demolido para a adequação do canteiro central e construção do viaduto que, hoje, dá acesso ao conjunto Santos Dumont, na zona centro-oeste.
Para o titular da SMTU, o investimento “é muito pequeno” e demandaria muito mais recursos para uma tecnologia de alta capacidade como é o Bus Rapid Transit (BRT), que vem sendo prometido para a capital amazonense desde a gestão do ex-prefeito Amazonino Mendes. Conforme Carvalho, o custo da simples faixa sai em média R$ 20 mil a R$ 30 mil por quilômetro.
Extensão da faixa azul
A nova extensão da faixa azul, na Torquato Tapajós, segundo Carvalho, irá até a entrada do bairro Cidade Nova, início da zona norte. Depois de ter sido implantada na avenida Constantino Nery, no ano passado, a prefeitura estendeu o sistema à Avenida Mário Ypiranaga Monteiro (antiga Recife) e agora estuda a aplicação na Avenida Humberto Calderaro (antiga Paraíba) e na Avenida Cosme Ferreira. “A ideia da faixa azul não é só no corredor do BRS. Por isso, implantamos na Recife e queremos fazer também na Paraíba e na Cosme Ferreira, onde já temos todas as plataformas em condições de receber o sistema”, disse o titular da SMTU.
Apesar dos congestionamentos que ocorrem na cidade nas vias que tem a faixa azul, Carvalho avalia que os resultados são “ótimos” porque, segundo ele, o ganho de velocidade para o transporte coletivo é de 15 a 20 minutos a menos por sentido.
“Imagina estendendo isso (a faixa azul) para a Torquato Tapajós?”, questionou. De acordo com ele, os ônibus do transporte coletivo transportam em média 800 mil pessoas por dia. “O benefício é muito abrangente. Quem anda de automóvel reclamam, mas no final eles entendem a necessidade desse corredor, que faz bem à cidade, que é hoje uma das mais atrasadas nesse campo de faixas exclusivas para o transporte coletivo”, comentou.
Caralho avaliou que no começou foi tudo meio conturbado, e diz que aos poucos a população começa a entender a necessidade desse sistema. “É um processo natural no sentido de priorizar o transporte coletivo. As grandes cidades estão nesse rumo como, por exemplo, Brasília, Fortaleza e Curitiba que está muito mais avançada”, apontou.