Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – O Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas) considera que o retorno às aulas presenciais, abandonando o sistema híbrido, representa um risco maior de contágio pelo novo coronavírus. Segundo a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues, os professores são contrários à retomada das atividades escolares de forma 100% presencial, mas não há disposição para greve.
“Infelizmente, devido às penalidades sofridas pela categoria na última greve, neste momento não há uma disposição para isso (greve). Entretanto, vamos verificar nas nossas assembleias quais serão os encaminhamentos futuros que iremos tomar”, diz Ana Cristina.
No sábado (7), o Governo do Amazonas anunciou a volta de todos os estudantes às escolas na rede pública e privada em Manaus para o dia 23 de agosto. No interior será em 8 de setembro.
Em junho deste ano, com o retorno das aulas híbridas (metade dos alunos em sala de aula e metade pela internet), o governo descontou os dias parados dos trabalhadores em educação que decidiram ficar em casa. Por isso, segundo a presidente do Sinteam, os professores não devem optar pela greve.
A presidente do Sinteam conta que na última paralisação os pagamentos foram afetados. “Durante a última greve, mesmo antes da Justiça fazer seu julgamento em relação à mesma, os nossos salários já foram descontados”.
A desembargadora Joana Meirelles, do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas), proibiu a greve dos professores na rede pública de ensino sob pena de multa diária de R$ 100 mil ao sindicato e representantes. A desembargadora autorizou o governo estadual a descontar os dias não trabalhados dos que aderiram ao movimento grevista.
Ana Cristina considera que mesmo com metade dos alunos em sala de aula, modelo atualmente adotado no regime híbrido, já é perigoso haver contágio pelo novo coronavírus. Para ela, com 100% esse risco é ainda maior. “Infelizmente, as medidas adotadas para a higienização e sanitização das escolas não estão a contento. É preciso que se intensifique um pouco mais e que as escolas que já têm casos confirmados tenham uma atenção redobrada”, diz.
Em nota, o Sinteam questiona se será possível manter o distanciamento nas salas com até 60 alunos, se haverá testagem para quem apresentar sintomas gripais, se terá estrutura suficiente na rede pública de saúde para atender alunos que não têm plano médico e se o governo e prefeitura ajustarão as escolas para manter os ambientes com circulação de ar, o que segundo a entidade, não foi feito até agora.
A presidente da Asprom Sindical (Sindicato dos Professores e Pedagogos das Escolas Públicas de Manaus), Helma Sampaio, afirma que as escolas não estão adequadas.
“As reformas das janelas para que houvesse a livre circulação de ar nos ambientes escolares, não foram feitas. Não é possível fazer o distanciamnento nas salas de aulas, que são espaços diminutos. Não foi possível, em nenhuma escola, fazer o distanciamnento devido com o escalonamento dos alunos e com o retorno de 100% dos alunos vai ser um caos, pois as turmas são superlotadas ”, critica.
Sampaio também diz que falta álcool em gel em quantidade suficiente, tapetes sanitizantes, lixeiras com tampa e pedal e sabão líquido nos banheiros.
De acordo com a Seduc, nas unidades de ensino foram instaladas pias, dispositivos de álcool gel/sabão e sinalizações com os principais protocolos de segurança em saúde. Segundo a Semed (Secretaria Municipal de Educação), as escolas estão recebendo serviços de infraestrutura para adequação das unidades ao retorno presencial.
Na nota, o sindicato argumenta que mesmo com o avanço da vacinação, a pandemia continua. “A vacinação para a faixa etária menor de 18 anos ainda não começou e a variante Delta do vírus começa a preocupar no Brasil”.
O Sinteam diz que aguarda resposta a ofícios enviados ao governador Wilson Lima, Seduc e prefeito David Almeida sobre audiência para tratar do assunto.
Helma Sampaio defende que a volta totalmente presencial ocorra após a vacinação dos estudantes. “A categoria recebeu a notícia da determinação do retorno 100% presencial dos alunos com muita preocupação, visto que nossos alunos não receberam nenhuma dose das vacinas. Inclusive, a greve sanitária Pela Vida justamente exigia a imunização da comunidade escolar, o que evidentemente incluía nossos alunos”, diz.
Isso é uma vergonha!
Querem o salário integral como se estivessem dando aulas normais, mas não querem prestar o serviço!
Quem não quer dar aula devia ser imediatamente demitido! Isso sim!
Palhaçada!
Meu irmão, te informa! Nenhum professor parou de trabalhar. Estão desde fevereiro em trabalho remoto e sofreram uma penalização absurda! Nas urnas, a sociedade fará justiça aos professores. Em plena Pandemia, acontecer uma arbitrariedade dessas é lamentável.