O mês de janeiro chegou ao fim e a promessa de uma ‘mega’ reforma na Prefeitura de Manaus ficou só no discurso. Nesta quarta-feira, 28, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) viajou a Brasília para acompanhar a posse do filho, o deputado federal eleito pelo Amazonas com o maior número de votos, Arthur Bisneto, deixando de lado o tão esperado planejamento do município para 2015.
Em dezembro do ano passado, o prefeito alardeou na mídia que iniciaria o ano realizando uma auditoria interna, onde seriam cortados mais de 300 cargos comissionados além de outras reduções em despesas para chegar, segundo ele, a uma economia de R$ 10 milhões ao ano. Arthur prometeu ainda que eliminaria cinco pastas, entre as 18 secretarias e 7 autarquias.
Na prática, a única pasta extinta no papel foi a Secretaria de Governo, unificada à Casa Civil, que ganhou o novo secretário. Mas nem o ex-secretário da Casa Civil Lourenço Braga perdeu o cargo e nem os assessores do órgão foram demitidos.
Exemplo de fora
Um internauta enviou um link para o AMAZONAS ATUAL lembrando que em 2014, o prefeito da cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, Luciano Azevedo, resolveu cancelar os pagamentos para as escolas de samba e aplicar nas escolas municipais os R$ 400 mil que estavam reservados para o Carnaval. O dinheiro foi usado na compra de 400 aparelhos de ar condicionado e instalados em salas de aula das escolas de educação infantil.
Enquanto em Manaus…
O link do internauta sobre a Prefeitura de Passo Fundo vem como uma observação a uma nota da Coluna Expressão do dia 28 de janeiro, lembrando que mesmo em tempo de crise, o prefeito Arthur Virgílio Neto destinou R$ 2 milhões das escolas de samba de Manaus, dias depois de ter declarado que não aumentaria “em mais um centavo” o repasse para outras pastas como a de Meio Ambiente.
Suframa emperra
Durante a posse do presidente do Conselho de Economia, o vice-presidente da entidade que também é vice na Fieam, Nelson Azevedo, fez uma crítica à demora da Suframa para a análise dos projetos de novas indústrias no Polo Industrial, que, segundo ele, ficam ‘meses’ engavetados. Ele disse que a lentidão é ligada à falta de modernização da autarquia e reduzido pessoal, mas finalizou a observação sem muito otimismo. “Se continuarmos assim daqui a pouco teremos cada dia menos empresas querendo se instalar no Amazonas.”
Defesa de Igrejas
Ainda sobre a Suframa, o economista José Laredo, no evento do Corecon, defendeu o nome de Gustavo Igrejas no comando da autarquia e criticou os políticos que brigam para indicar o nome do novo superintendente. Ao analisar o modelo Zona Franca, ele disse que falta um choque gerencial e reclamou da “enorme briga política que se tem para ver quem é o padrinho do novo superintendente”, o que, na opinião do economista, “está gerando um desconforto na gestão do órgão”.
Açambarcando o poder
Sobre Gustavo Igrejas, Laredo disse que “é um funcionário economista de carreira, e a pessoa mais adequada para gerenciar a agência [Suframa]”, mas sofre pela falta de segurança de que ele permaneça no cargo, “pelo desejo dos políticos açambarcarem o restinho de poder que o órgão tem”.
Candidato de oposição
O deputado José Ricardo Wendling (PT) decidiu que vai enfrentar a candidatura de Josué Neto (PSD), que concorre à reeleição para a presidência da Assembleia Legislativa. Wendling não tem votos, mas quer marcar posição e vai lançar sua candidatura nesta sexta-feira. Até nesta quinta-feira, ele contava apenas com o próprio voto. Nem o seu colega de partido, Sinésio Campos, havia definido o voto em favor da candidatura petista.