Da Redação
MANAUS – O secretário de Educação do Amazonas, Luis Fabian Barbosa, descartou testagem em massa de professores contra a Covid-19 e afirmou que o teste é viabilizado pelo convênio com a Hapvida, ao anunciar a volta das aulas presenciais nesta terça-feira, 28. A presidente do Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas), Ana Cristina Rodrigues, contesta e diz que os professores são informados pela empresa de plano de saúde que o contrato com a Seduc não cobre os testes.
“Eu posso trazer 100 trabalhadores, para não dizer quase todos, que podem atestar que durante a pandemia e que se você marcar agora a Hapvida, não vai marcar o teste. Portanto, eu acho que a comunicação não está sendo feita da maneira correta. Não procede, a Hapvida não faz o exame assim”, disse a sindicalista.
Rodrigues afirma que ela também tentou fazer o teste pelo plano, mas precisou procurar outra empresa. “Eu mesma tentei fazer na Hapvida, mas fiz na Samel porque não há veracidade no que se está dizendo. Portanto, os trabalhadores não têm segurança de que vão fazer os testes chegando na Hapvida”, declarou.
“Os professores da rede municipal não tem plano de saúde custeado pela própria administração, diferente do que acontece aqui na Seduc. Na Seduc todos os trabalhadores em educação têm um plano de saúde custeado”, disse o secretário, descartando seguir o exemplo da Semed (Secretaria Municipal de Educação).
Segundo o secretário, para fazer o teste é preciso que o servidor apresente uma requisição médica. “As negociações com o plano de saúde foram no sentido de que eles viabilizem a testagem, não só por meio de teste rápido como também do PCR, para sempre que houver requisição a despeito de autorização prévia. Então, essa foi a negociação que nós fizemos, há a possibilidade de testagem se houver uma requisição médica nesse sentido”, explicou Fabian.
Helma Sampaio, presidente da Asprom Sindical (Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus), criticou a ausência da testagem em massa dos professores. “Não houve testagem em massa da população, muito menos testagem em massa dos professores, dos alunos e dos outros servidores. Nós não estamos vendo que o governador Wilson Lima e o seu secretário têm compromisso com a vida”, disse.
Consultada pelo ATUAL, a assessoria da Hapvida informou que não tem conhecimento da denúncia feita pelo Sinteam.
Contra o retorno
O Sinteam é contra a volta às aulas presenciais no próximo dia 10 de agosto, pois, segundo Rodrigues, não há como saber o que esperar do vírus.
“É preciso que se observe o desenvolvimento do vírus. Ainda é muito cedo, é um vírus que ninguém sabe exatamente o que é. Como não vamos ter a certeza de uma vacina, mas pelo menos que estejamos observando o desenvolvimento dele no estado do Amazonas para que quando estivermos com um percentual seguro possamos estar retomando as aulas presenciais”, afirmou Ana Cristina.
Para Helma Sampaio, o retorno neste momento é arriscado. Segundo a presidente da Asprom, a estrutura das escolas não está preparada. “Nós não estamos vendo nas escolas a adequação das estruturas físicas, como por exemplo, reforma nas janelas. As nossas escolas não têm circulação de ar. Vai ficar muito complicado por conta do calor permanecer com os alunos, professores e demais funcionários nas escolas”, disse.
Sampaio criticou o Plano de Retorno às Atividades Presenciais da Seduc e informou que neste sábado, 1, estarão se reunindo para decidir o indicativo de greve. “Nós não aprovamos este plano de retorno, ele deixa muito a desejar. E nós estaremos realizando uma assembleia no próximo sábado, 1º de agosto, lá na Praça da Polícia, onde os professores estarão discutindo e deliberando sobre o indicativo de greve”, afirmou.
Rodrigues afirmou que o Sinteam irá se reunir, mas não informou a data. “Nós vamos reunir os trabalhadores em educação e eles irão ditar os rumos que nós iremos tomar para os próximos dias”, disse.