Da Redação
MANAUS – O secretário especial de Competitividade e Produtividade, Carlos da Costa, disse que o governo federal pretende diminuir os subsídios concedidos às empresas simultaneamente com a redução do custo do Brasil. Segundo ele, no Governo Bolsonaro está proibido falar de novos subsídios por um bom tempo. A entrevista foi concedida à Revista EXAME na última quinta-feira, 17.
“Não queremos acabar com eles. O que eu não quero, pelo menos por um bom tempo, é falar de novos subsídios. Isso está proibido. Mas, se existirem casos que tenham sentido econômico, eles precisam ser mantidos. O problema é que a vasta maioria são subsídios compensatórios. É uma maneira de compensar os problemas do governo. Vamos diminuir os subsídios simultaneamente com a redução do custo Brasil”, afirmou o secretário.
A medida afeta diretamente as empresas que atuam na Zona Franca de Manaus, que sobrevivem de subsídios concedidos pelo Governo Federal. Carlos da Costa não cita diretamente a Zona Franca de Manaus, mas considera que alguns subsídios deverão ser revistos. Ele reconheceu o direito constitucional da Zona Franca de Manaus e disse que não se cogita ferir a Constituição.
Questionado sobre a possibilidade de diminuir os subsídios sem prejudicar as empresas, o secretário afirmou que o governo não está lutando contra as empresas e nem contra o lobby. Ele elogiou lobistas que fazem “um bom trabalho”, falando as dificuldades e mostrando soluções, e criticou aqueles que usam “ferramentas pouco republicanas”.
“Queremos trocar o lobby por um diálogo que seja produtivo e que torne o Brasil competitivo. Para completar, todo liberal é um evolucionário, e não um revolucionário. Não somos os donos da verdade. Por isso, não mudaremos nada da noite para o dia. Vamos mudando aos poucos”, disse o secretário.
Para Carlos da Costa, a atual situação do país, em que a produtividade do trabalhador caiu de 40% para 23%, se dá com um diagnóstico considerado simples para ele. Ele explica que o governo começou a atrapalhar cada vez mais a produtividade do trabalhador no Brasil, deixando “ambiente mais difícil para as empresas”.
Além disso, segundo o secretário, houve “envelhecimento do nosso parque industrial” e “o desequilíbrio das contas públicas. “Isso elevou dramaticamente os juros e trouxe uma grande instabilidade à economia. As empresas pararam de investir em modernização. Ficou muito mais fácil ganhar dinheiro investindo em título público. Acreditamos que podemos voltar ao patamar anterior em até dez anos. Ou até antes, dependendo das reformas”, disse Carlos da Costa.
Tem que acabar com os créditos de impostos federais, tem que exigir que em Manaus esteja instalada a matriz, tem que criar controle de tudo.