Da Redação
MANAUS – Disputado por dois grupos políticos, o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas sofre alternância de comando determinada pela Justiça. Destituída por ordem judicial em setembro deste ano, a antiga diretoria voltou a assumir a gerência da entidade nesta sexta-feira, 22. O presidente afastado, Valdemir Santana (PT), retomou o cargo que era ocupado por Adriano Mendes, diretor da junta governativa. A reintegração de posse foi ordenada pelo TRT-11 (Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região). Por 8 a 3, os desembargadores consideraram ‘inconsistência de provas’ na ação que acusava Valdemir de improbidade.
Na reintegração de posse, o oficial de justiça não encontrou ninguém da junta governativa para entregar a liminar. Valdemir Santana disse ter encontrado a sede do sindicato totalmente depredada, sem equipamentos de informática, televisores e materiais de expediente. “Vamos recompor o sindicato. Não tem nada aqui dentro. Na parte administrativa, levaram todos os computadores, materiais e documentos. Levaram todos os oito carros do sindicato e a parte contábil está prejudicada porque eles levaram todos os documentos e prestação de contas dos anos anteriores sumiram. Não tem nota fiscal, recibos, ordens de pagamento. Tudo isso sumiu. Eu mandei verificar também no balneário e foi verificado que sumiram mais de 30 televisores de lá”, disse Valdemir.
Quando assumiu o sindicato, a junta governativa também informou que faltava materiais. Carros do sindicato, por exemplo, estavam sem uso e guardados em um terreno.
Santana disse que não deixará o prejuízo impune e que já acionou a polícia para que os responsáveis expliquem o desaparecimento dos bens do sindicato. “Eu já fiz o B.O (Boletim de Ocorrência) e já pedi para tirar foto de como encontramos o sindicato para tentarmos resolver o problema. Vamos entrar com uma ação contra o presidente da junta e as pessoas que estavam administrando aqui, porque eles terão que dar conta do patrimônio dos trabalhadores que estava aqui, um prejuízo de quase R$ 500 mil”, disse. “Também havia R$ 1,5 milhão na conta do sindicato”, revelou.
Valdemir havia sido destituído por ordem do juiz Adilson Maciel sob a alegação de eleição fraudulenta, ocorrida em abril. A junta governativa assumiu por um período de até 90 dias.