Da Redação
MANAUS – O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, deputado Roberto Cidade (União Brasil), disse que as cobranças pelo andamento do processo de cassação da deputada Joana Darc (União Brasil) por quebra de decoro parlamentar tem objetivo apenas de “inflamar o cabaré”. Ele disse que deve analisar o que é “melhor” para a Casa Legislativa.
“Eu acho que tem os deputados que querem realmente que isso aconteça e tem outros deputados que querem ‘inflamar o cabaré’ e eu tenho que ter a tranquilidade e a calma de pensar no Poder Legislativo e ver o que é melhor para os andamentos da Casa”, disse o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas a jornalistas.
Nesta terça-feira (3), na tribuna da Casa, Cidade foi cobrado pelo deputado Dermilson Chagas (Republicanos) pelo andamento do processo. “Eu quero saber de vossa excelência quando é que vai votar o processo da deputada Joana que diz que o senhor pagou R$ 200 mil a 16 deputados ? Diz que o senhor pagou 16 ‘propineiros'”, disse o deputado.
No processo, o partido Podemos pede a cassação da deputada por “ato incompatível com o decoro parlamentar”. O motivo do pedido é a declaração de Darc de que houve compra de votos na eleição realizada em dezembro de 2020 que resultou na escolha de Roberto Cidade (PV) para o cargo de presidente da Assembleia Legislativa.
Em março deste ano, após retomada dos trabalhos na CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação), o deputado Belarmino Lins propôs o encaminhamento do processo diretamente para a Mesa Diretora, sem passar pela Comissão de Ética, e a proposta dele teve o apoio de três parlamentares e dois contra. A CCJR, então, cumpriu a decisão da maioria.
Nesta terça-feira, Cidade não respondeu o questionamento de Dermilson no momento em que foi questionado na tribuna. Em entrevista a jornalistas após a sessão, ele explicou que apesar de a CCJR ter enviado o processo diretamente para a Mesa Diretora, o regimento interno estabelece que a representação deve ser analisada pela Comissão de Ética da Casa.
“Foi para a mesa diretora esse processo, mas ele tem que ir para a Comissão de Ética. Teve uma decisão tumultuada na CCJ para decidir de que forma vai ser o andamento correto. Então, eu tenho que pedir parecer da procuradoria sobre o rito correto para a gente seguir”, disse o presidente da Assembleia do Amazonas.