Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Dezenas de professores das escolas estaduais da zona norte de Manaus ocuparam a galeria da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), na manhã desta terça-feira, 16, para pedir o apoio dos deputados pelo reajuste salarial de 15% reivindicado pela categoria. O governo do Estado afirma que só pode conceder 3,93%. Os professores deflagaram greve nessa segunda-feira, 15, mesmo contrariando ordem judicial que determinava a suspensão do movimento.
“Fizemos um estudo, junto ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para que os números fossem reais e justos. Nosso pleito é justo, em nenhum momento fugimos dos debates e articulações, vamos lutar até o fim contra assédios e perseguições”, disse o secretário executivo da Asprom Sindical Lambert Melo.
Na tribuna, Alfredo Rocha, secretário de Polícias Sociais e Culturais do Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas), pediu apoio dos parlamentares para intermediar as negociações com o governo. Segundo ele, o presidente da ALE, Josué Neto, se comprometeu em negociar uma reunião dos líderes sindicais com o governador Wilson Lima.
“Não houve nenhum encaminhamento de quais ações eles (deputados) iriam promover junto conosco, pelo menos por enquanto. Ficou de ser elaborado, mas ainda não ficou definido nenhuma ação específica”, disse a professora Beatriz Calheiros, que coordena o Comando Único de Professores da Zona Norte de Manaus.
A pressão sobre sobre os parlamentares faz parte de um cronograma de para “mobilizar professores”. Na manhã desta terça-feira, 16, os trabalhadores promoveram panfletagem na praça da Igreja de São Bento e no Terminal 3, na Avenida Noel Nutels, na zona norte.
Nesta quarta-feira, 17, o Sinteam pretende fazer manifestação às 9h em frente à sede da Seduc (Secretaria de Estado de Educação), no bairro Japiim, para pressionar o secretário Luiz Castro. Em comunicado divulgado na internet, o Sinteam afirma que “não é só por 15%. Agora, é também por respeito!”.
A paralisação dos professores da rede estadual é contra a decisão do desembargador Elci Simões de Oliveira, que atendeu o pedido do Governo do Amazonas e determinou que o Sinteam e a Asprom não promovam “qualquer ato de embaraço ao regular funcionamento das escolas públicas”.
A multa diária aos sindicatos, em caso de descumprimento, é de R$ 20 mil. Já aos professores que aderirem a greve terão as faltas descontadas nos salários, segundo decisão do desembargador Elci Simões.