MANAUS – Professores da rede municipal de ensino de Coari, contratados sob regime de trabalho temporário, se reuniram na manhã desta segunda-feira em frente à sede da prefeitura para reivindicar o pagamento de salários atrasados do mês de dezembro. Eles temem não receber também os salários deste mês de março, uma vez que foram exonerados pelo atual prefeito Iran Medeiros. Com uma canetada, Medeiros demitiu, na semana passada, 3.500 servidores de cargos comissionados e temporários, sob a justificativa de economizar recursos para garantir o pagamento de pessoal.
Os professores temem, no entanto, que não estejam incluídos na folha de março e não recebam o 13º salário de 2014, que deveria ter sido pago em dezembro. São 890 professores contratados após processo seletivo realizado com ordenamento e fiscalização do Ministério Público do Estado (MP-AM), a partir de ação do promotor de Justiça de Coari, Felipe da Cunha Fish.
Os professores, no entanto, reclamam que já procuraram o Ministério Público, mas o promotor não dá resposta às reivindicações. Uma professora que encaminhou imagens ao AMAZONAS ATUAL e que pediu para não ser identificada, afirmou que os profissionais estão tentando conseguir recursos para enviar dois representantes a Manaus para pedir ajuda à Procuradoria-Geral de Justiça.
O prefeito Iran Medeiros assumiu o cargo na semana passada por força de uma liminar do desembargador Rafael Romano, do Tribunal de Justiça do Amazonas. Coari vive uma turbulência política, desde que o prefeito afastado Adail Pinheiro foi preso, em fevereiro do ano passado. No lugar dele, assumiu o vice-prefeito, Igson Monteiro, que renunciou ao cargo em janeiro deste ano. A partir da renúncia, o município passou a ser administrado pelo irmão de Igson, o vereador e presidente da Câmara Municipal de Coari, Iliseu Monteiro da Silva, o “Bat”, que foi afastado pela Câmara de Vereadores.
Em dezembro do ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral cassou o mandato de Adail Pinheiro. Deveria assumir a prefeitura o segundo colocado nas eleições de 2012, Raimundo Magalhães, mas só na última quinta-feira, 19, o TSE publicou o Acórdão da decisão. Para tomar posse, Magalhães ainda precisa esperar mais um pouco. A defesa dele pediu pressa do TSE no envio do comunicado oficial ao Tribunal Regional Eleitoral, que depois de oficiado, precisa fazer a mesma comunicação ao juiz eleitoral da Comarca de Coari, para que este dê posse a Magalhães.
Enquanto a posse não ocorre, a Prefeitura de Coari passeia de mão em mão entre os aliados de Adail Pinheiro. O município com o maior orçamento do interior do Estado está sem dinheiro para honrar compromissos até com os servidores da prefeitura.