Da Redação
MANAUS – Detentos da UPP (Unidade Prisional Puraquequara), na zona leste de Manaus, promovem rebelião desde às 6h da manhã deste sábado, 2. Eles incendiaram lençóis e colchões dentro da unidade e estão fazendo sete funcionários reféns.
Em vídeo que circula na internet, um dos presos afirma que os detentos estão vivendo em condição desumana. “Não tem energia, não tem melhoria. A gente está aqui vivendo que nem bicho. No calor e sem vento. Toda a cadeia fechada. Olha só a condição desumana que a gente está passando. A gente está fazendo isso para reivindicar nossos direitos. A gente não quer problema nenhum. Ninguém vai morrer, não. A única coisa que a gente quer é reivindicar nossos direitos”, disse.
De acordo com a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), o GIP (Grupo de Intervenção Penitenciária) e forças de segurança da Polícia Militar do Amazonas – Rocam, COE, Batalhão de Choque, Companhia de Cães – estão no local e já iniciaram as negociações. O Corpo de Bombeiros também está no local com três viaturas.
A rebelião teve início durante a entrega do café da manhã, quando internos serraram a grade de duas celas e fizeram os agentes de socialização reféns. Eles exigem a presença da imprensa e de representante de entidades de direitos humanos. Não há informações sobre mortos.
Os presos subiram em cima de duas caixas d’água e, de lá, um deles estendeu uma bandeira com “CV”, em referência a facção criminosa Comando Vermelho”. Os presos gritavam frases como: “Liberdade”.
Negociação
Em outro vídeo que circula nas redes sociais, um funcionário da unidade prisional que está sendo feito refém pede a presença do juiz da Vara de Execuções Penais de Manaus Luís Carlos Valois, do coronel da Polícia Militar Amadeu Soares e do advogado Eptácio Almeida, da Comissão dos Direitos Humanos da OAB-AM.
“Os internos estão reivindicando direitos e querem a presença da imprensa, do Carlos Valois, coronel Amadeu Soares e Eptácio Almeida – nós estamos bem – para poderem liberar a gente. Então, por gentileza, nós somos pais de família, nós temos filhos esperando em nossa casa, eles (detentos) também tem filhos. Vocês tem que olhar por eles também. Nessa hora, todo mundo quer viver. Nessa hora, todo mundo tem direito de reivindicar. Então, nos ajude. Graças a Deus nós estamos bem”, afirmou.