Da Redação
MANAUS – Preso na última segunda-feira, 6, em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), por suspeita de envolvimento no homicídio de Bruno de Freitas Guimarães, 24, Givancir de Oliveira Silva, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Manaus, integra família de sindicalistas que domina o Sindicato dos Rodoviários em Manaus e se revezam na presidência da entidade há mais de 10 anos.
Além de Givancir Oliveira, a entidade tem como integrantes na diretoria os irmãos Josenildo Oliveira e Josildo Oliveira, ambos do PCdoB. Na Câmara Municipal de Manaus, eles conseguiram eleger o irmão Jaildo Oliveira, mais conhecido como Jaildo dos Rodoviários (PCdoB), que recebeu 8.011 votos nas eleições de 2016.
Na Câmara Municipal de Iranduba, os irmãos são representados por Geinivan de Oliveira Silva Rodrigues, mais conhecida como Geine Oliveira (PCdoB), que obteve 288 votos nas eleições de 2016. Ela assumiu o cargo em fevereiro de 2019 após a saída do vereador Luis Carlos (PT).
Nessa quinta-feira, 5, no inquérito que investiga o assassinato de Bruno Guimarães, a Polícia Civil prendeu em flagrante os policiais militares Alex Sarmento Melo, 31; Maikom de Araújo Silva, 35; Nilson Bluekley Borges, 28, e Rogério Ferreira Lima, 38, além de Maikom de Araújo Silva, 35. Segundo o delegado Geraldo Eloi, os homens eram contratados para realizar a segurança do imóvel de Givancir.
Conforme Eloi, na casa de Givancir foram aprendidas oito armas de fogo, sendo quatro pistolas, duas de calibre .40, uma de calibre .45 e outra de calibre 38; duas espingardas calibres 12, uma delas com a numeração suprimida; quatro granadas; várias munições de calibres 12 e 80; cinco aparelhos celulares; e R$ 500 em espécie.
O mesmo imóvel foi alvo de assalto em janeiro deste ano, em que cinco homens roubaram R$ 200 mil de um cofre. Os assaltantes também levaram um carro, eletroeletrônicos e uma espingarda de pressão.
Greves
A atuação de Givancir Oliveira à frente do Sindicato dos Rodoviários nos últimos anos foi marcada por uma série de paralisações no transporte público de Manaus por conta do atraso no pagamentos dos trabalhadores.
A maior greve, ocorrida em maio e junho de 2018, durou sete dias e só terminou após acordo mediado pelo MPT (Ministério Público do Trabalho). À época, passageiros depredaram 61 ônibus, enfrentaram a polícia e causaram suspensão de aulas na rede pública.
Os constantes embates entre os rodoviários e os empresários resultaram na intervenção municipal no sistema de transporte de passageiros de Manaus, decretada em julho do ano passado. A intervenção terminou em janeiro deste ano, quando o prefeito afirmou que empresas com ônibus em panes constantes em Manaus não terão contrato renovado.