
Da Redação
MANAUS – O prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) decretou intervenção financeira no sistema de transporte coletivo de Manaus. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira, 22, pelo próprio prefeito, em entrevista coletiva.
O ex-empresário do setor de transporte, Francisco Bezerra, será o interventor e foi apresentado pelo prefeito também na tarde desta segunda-feira.
O prefeito afirmou que não admite que as empresas não tenham saúde financeira para honrar seus compromissos, disse que elas não pagam os impostos devidos, e que, agora, com a intervenção financeira, vai colocar à situação às claras.
“Nós vamos saber agora a origem e o destino de cada centavo de real que saia desse sistema. Vamos saber tudo rigorosamente. E eu quero deixar bem claro para todos os senhores e todas as senhoras, que o Bezerra tem todo o nosso apoio”, disse Arthur.
O prefeito afirmou que essa é apenas uma medida de um leque de medidas duras que a Prefeitura de Manaus vai adotar contra os empresários do setor de transporte, e que as outras são bem mais duras, “podendo chegar à intervenção completa no sistema”.
Como será a intervenção
O procurador-geral do Município de Manaus, Rafael Albuquerque, informou que a intervenção será de 90 dias, prorrogável por igual período.
Nesses três meses, a prefeitura vai tentar levantar todas as informações financeiras das empresas, como quanto é a receita paga em dinheiro, quando é arrecadado com a venda de vale-transporte, se fica algum saldo, e em que as empresas estão gastando os recursos arrecadados.
“Com isso, nós esperamos ter uma síntese, e que o interventor, conhecedor do ramo que é, possa dizer se esses dados levantados correspondem a um sistema sadio, equilibrado ou se outras medidas precisam ser tomadas”, disse Albuquerque.
De acordo com o procurador, a prefeitura já havia realizado uma auditoria interna nas empresas de ônibus, mas os empresários negaram algumas informações, o que levou o prefeito a decretar a intervenção.
“Aquilo que foi solicitado pela Controladoria Geral do Município, como alguns documentos, não foram entregues como os solicitantes imaginavam”.