Da Redação
MANAUS – A direção do presídio de Tabatinga (a 1.106 quilômetros de Manaus) pôs fim à revista de mulheres. O encerramento da inspeção foi solicitada pela DPE (Defensoria Pública do Amazonas) ao constatar que o procedimento causava vexame e desconforto nas parentes de presos.
Os detentos denunciaram que as mulheres (esposas, mães, tias, primas, irmãs) ficavam nuas e eram obrigadas a se agachar sobre a banqueta de inspeção íntima, uma espécie de máquina de raio-X. Somente as mulheres passavam por esse tipo de procedimento.
De acordo com a promotora Jéssica Matos, há duas semanas os defensores do Polo de Tabatinga, Rodrigo Santos e o Murilo Breda, colheram depoimento dos presos. “Diante dessas informações, eu e a defensora Marília Martins comparecemos no dia da visita desses custodiados e, infelizmente, constatamos a veracidade dos fatos. Estava sim havendo esse tipo de revista, em que se obrigava, sem qualquer suspeita, que as mulheres visitantes ficassem totalmente desnudas e se agachassem, o que é ilegal”, disse Jéssica Cristina.
Sebundo a DPE, a ausência do Estado em fornecer meios para prevenir eventuais porte de arma ou de drogas por parte das visitantes não pode ser suprida por uma revista “ofensiva aos cidadãos e cidadãs”, e, principalmente, que tal procedimento configura discriminação de gênero.