MANAUS – É sempre a mesma ladainha em véspera de eleição. Quando se aproxima o prazo para as convenções partidárias, praticamente todos os partidos apresentam um candidato, na maioria das vezes, o próprio presidente da sigla. Nos últimos dias, alguém fez as contas e noticiou que Manaus já tem 20 pré-candidatos a prefeito.
É sabido que Manaus costuma ter muitos candidatos, mas nunca nessa proporção. Também é sabido o que a maioria desses pré-candidatos ou dirigentes de partidos querem ao lançar candidaturas antes do prazo das convenções – que no Brasil se convencionou chamar de pré-candidaturas.
Aos menos atentos, é importante lembrar que essas pré-candidaturas são balões de ensaio com objetivos outros, como a valorização do partido para futuras negociações. A maioria dos dirigentes estão interessados em oferecer a sigla a um preço melhor para candidatos que tenham melhores condições de disputa.
O tempo de televisão ainda é um bem precioso na opinião dos partidos, e muitos aceitam pagar uma bagatela pelos segundos que uma sigla possa dar no horário eleitoral, mas não é só isso. Leva o apoio aquele candidato que se compromete em distribuir cargos depois das eleições entre outros benefícios.
No final, permanecem as candidaturas que realmente têm a intenção de vencer a disputa ou que, por ideologia, não aceitam coligar com os candidatos mais tradicionais.
Neste momento todos os partidos estão em negociação uns com os outros, mas é importante dar o recado: “fulano é pré-candidatos!”. É como quem diz: “Se não negociar um preço ‘justo’, lançaremos o nosso próprio candidato”.
Infelizmente, o Congresso Nacional acabou apenas com as coligações para a disputa de cargos proporcionais, no caso das eleições deste ano, para vereador. Acabaria e reduziria o balcão de negócios se acabasse também com a coligação para cargos majoritários: prefeitos, governadores, senadores e presidente da República.