Do ATUAL
MANAUS – Ao lançar pré-candidatura a prefeito de Manaus neste sábado (27), em evento com militantes do PT na capital amazonense, o ex-deputado federal Marcelo Ramos pregou a união do partido e pediu aos colegas para que deixem as diferenças em “quarentena” até a eleição. Ramos afirmou que a “energia” das disputas internas deve ser usada contra os “inimigos”.
“O PT é um partido diferente. Estou aprendendo a conviver com isso por conta das suas tendências, das disputas internas que são naturais e democráticas e que tornam o PT esse partido vivo e pujante, que já elegeu presidente da República cinco vezes”, afirmou Ramos.
“Essas divergências, essas contradições às vezes são muito duras. Mas eu quero fazer um pedido aos meus companheiros do partido. Quero pedir que as nossas diferenças partidárias, que as nossas diferenças de tendências entrem em quarentena até a gente ganhar a eleição. Porque cada energia que a gente gastar nesse momento nas nossas disputas internas é uma energia que a gente está deixando de gastar na disputa contra o inimigo que está lá fora, que é o bolsonarismo, que é o atraso, que são aqueles que fazem mal para a nossa cidade”, completou Ramos.
O deputado, que se filiou ao PT no início deste mês, teve que se mobilizar em pouco tempo para obter apoio de outros políticos que estão filiados no partido há mais tempo e que já tinham manifestado desejo em disputar o cargo de prefeito. A secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, foi uma delas. Na quinta-feira (25), após reunir com ministros do presidente Lula, ela desistiu do cargo e resolveu disputar uma cadeira na Câmara Municipal. O sindicalista Valdemir Santana, o vereador Sassá da Construção, e o militante Luiz Borges já tinham desistido de suas pré-candidaturas para apoiar Ramos.
No evento deste sábado, Ramos voltou a fazer uma autocrítica sobre a aliança que fez com o senador Eduardo Braga (MDB) na eleição suplementar de 2017. Naquele ano, ele resolveu ser vice de Braga. Eles foram derrotados para o ex-governador Amazonino Mendes, falecido em fevereiro de 2023.
“Eu errei em 2017 quando fui para a composição com o senador Eduardo Braga, não pelo senador Eduardo Braga. Feliz do estado que tem os senadores Eduardo Braga e Omar Aziz para defender os interesses do estado como eles fazem no Congresso Nacional. Mas naquele momento eu não poderia fazer aquela aliança porque a população não entendia. Não sabia que eu não podia ser candidato porque o senhor Alfredo Nascimento me tirou a legenda do PL faltando dois dias para as convenções”, afirmou Ramos.
O ex-deputado também afirmou que não sabe “se omitir” e nem “se acomodar por conveniências políticas” e lembrou que deixou o PL quando o presidente Jair Bolsonaro entrou, em 2021. “Eu fiz uma flexão quando fui para o PL em 2016, pois foi o único partido que me deu a legenda para disputar a prefeitura, mas quando anunciaram que Bolsonaro iria para o PL, no mesmo dia, eu falei: ‘o que que ele entrar é o dia que eu saio’. Eu saí”, afirmou Ramos.