MANAUS – Cerca de 56 praças que ainda mantinham em greve, encerraram a paralisação no início da noite desta sexta-feira, depois de uma reunião com o secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes, o secretário chefe da Casa Civil, Raul Zaidan, o presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM-AM, Igor Silva, e o presidente da Apeam (Associação de Praças do Estado do Amazonas), Gerson Feitosa. De concreto, a greve não teve nenhum resultado positivo para a tropa, mas poderá gerar um prejuízo incalculável para os grevistas: cerda de 130 policiais militares deverão responder a Inquérito Policial Militar, com risco de serem expulsos da corporação.
Na reunião, os representantes do governo reafirmaram o que Sérgio Fontes já vinha dizendo aos meios de comunicação: o governo disse não às pautas que geravam despesas, como aumento de salário e promoções, e prometeu que os pleitos que não oneram o Estado serão trabalhados gradativamente.
No entanto, o governo deixou claro que os grevistas responderão por seus atos ilegais e estão passivos de exoneração. O Código Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969), prevê a responsabilização de policiais em greve por crimes de motim e insubordinação. O artigo 182, que trata do amotinamento, prevê pena de reclusão até três anos aos “cabeças” e detenção de até dois anos para quem participar. Oficiais que se abstiverem de tomar alguma providência também podem ser punidos. Já a desobediência, prevista no Artigo 163, pode levar à detenção de até dois anos, caso não haja implicações maiores, diz a lei.
Os representantes do governo reafirmaram, também, na reunião, que o governador José Melo apenas irá se reunir na próxima quinta-feira com todas as categorias, mas para explicar a real situação das finanças do Estado e a impossibilidade de concessão de reajuste de salários. Nesta semana, Melo disse ao AMAZONAS ATUAL que nada está descartado, nem mesmo a redução de salários dos servidores públicos, o que vai depender da arrecadação de tributos nos últimos meses deste ano.
Não houve adesão
A greve foi encerrada, principalmente, porque não houve adesão da tropa. Na reunião, os representantes do governo deixaram claro que o movimento grevista mentiu em relação à adesão de policiais nos municípios do interior do Estado. Apenas 56 praças continuavam na Associação de Cabos e Soldados, na zona norte de Manaus, onde se concentravam os grevistas. Os serviços, de acordo com a Secretaria de Segurança, ocorreram normalmente durante a greve e a taxa de crimes ocorridos na cidade durante os três dias de paralisação ficou abaixo da média.
A reportagem tentou ouvir os representantes da Apeam e da Associação de Cabos e Soldados, mas ninguém atendeu aos telefonemas.