Do ATUAL
MANAUS – O policial militar David Almeida de Pinho foi condenado a 16 anos de prisão e à perda do cargo público em julgamento realizado na segunda-feira (22) pela 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus.
O policial é réu por tentativa de homicídio contra Ryan Menezes Vilaça, ocorrido na madrugada de 15 de setembro de 2020 em um posto de combustível na Avenida Brasil, bairro Vila da Prata, zona oeste de Manaus.
Conforme a denúncia do Ministério Público, o policial disparou sete tiros contra Ryan. Socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o jovem sobreviveu, mas ficou com sequelas permanentes, incluindo dificuldade de locomoção.
Segundo o MPE, Ryan e sua esposa, além de outros dois amigos, estavam bebendo quando foram abordados por policiais que ordenaram que deixassem o local, pois, à época, estava em vigor as medidas de distanciamento social determinadas pelas autoridades sanitárias em razão da pandemia de Covid-19.
De acordo com os autos, ao perceber que a guarnição da Polícia Militar havia ido embora, o grupo retornou ao posto, onde também estava David Pinho, em companhia da namorada.
Ainda segundo a denúncia, o grupo e o policial – que estava de folga e não se identificou como PM – acabou se envolvendo numa discussão, pois David teria respondido com rispidez à companheira de Ryan. Foi quando o policial entrou em seu carro, aparentemente disposto a ir embora após a discussão, e, de lá, disparou uma série de tiros contra Ryan.
Imagens de câmera de segurança do posto de combustível foi usada no julgamento para atestar a culpa do réu. O policial alegou que atirou não com a intenção de matar, mas sim de assustar Ryan.
“Complementando, o réu, um policial militar da ativa, estava consumindo bebida alcoólica enquanto portava sua arma de fogo. Essa conduta é totalmente reprovável e em desacordo com os princípios e ensinamentos militares. O próprio réu confessou esses fatos durante seu interrogatório em sessão plenária”, registrou o juiz na sentença.
David respondia ao processo em liberdade, ocupando a patente de 3º sargento na Polícia Militar do Estado do Amazonas. Com a condenação acima de 16 anos de prisão, em regime fechado, o magistrado determinou a imediata execução provisória da pena até o trânsito em julgado da sentença.