Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – A Polícia Civil do Amazonas concluiu o inquérito que investigava a morte da servidora do TRT-11 (Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região) Silvanilde Ferreira Veiga, que tinha 58 anos, e indiciou o agente de portaria Caio Claudino de Souza, de 25 anos, pelo crime de latrocínio (roubo com resultado de morte). O crime ocorreu no dia 21 de maio deste ano.
Com a finalização do inquérito, caberá ao MP-AM (Ministério Público do Amazonas) decidir se pede a condenação de Caio Claudino.
Os investigadores concluíram que, no dia do assassinato, Caio estava sob efeito de drogas e tentou roubar o celular da vítima. Segundo a delegada Marília Campello, adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros, o jovem não trabalhava no local, mas naquele dia estava dando “apoio” na segurança porque ocorriam duas festas no condomínio.
O delegado Ricardo Cunha disse que as câmeras de vigilância do prédio mostram Caio “nervoso” transitando pelos andares. “Uma pessoa que estava incomodada, com claras características de que estava sob efeito de entorpecente. Teve um momento em que ele parou no 14º andar e por lá parou por cerca de 13 minutos”, disse o delegado.
“Nós podemos deduzir que ela saiu da unidade onde morava para deixar o lixo ou iria no veículo dela pegar alguma coisa. Ela não estava arrumada. Ela estava muito à vontade, claramente com roupas de quem estava na sua residência. Ela saiu muito rapidamente. Foi a hora que o Caio chegou nesse andar e viu ela usando o celular e tentou subtrair o aparelho”, disse Cunha.
Ainda de acordo com o delegado, o homem levou a mulher para dentro do apartamento dela e lá ambos travaram uma luta corporal. Segundo Cunha, Caio exigiu que a servidora fizesse transferência bancária para ele. “Possivelmente ela resistiu a isso daí e ali teve uma luta corporal e acabou, infelizmente, tirando a vida dessa senhora”, disse o delegado.
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No último dia 21 de junho, atendendo a um pedido da Polícia Civil, a juíza Careen Fernandes, da Central de Inquéritos da Comarca de Manaus, impôs a prisão preventiva (sem prazo determinado) a Caio Claudino, que estava preso temporariamente desde o dia 31 de maio. A magistrada alegou “garantia da ordem pública” para manter o agente de portaria na cadeia.
A reportagem solicitou informações da Polícia Civil sobre a conclusão do inquérito, mas a instituição comunicou apenas que o inquérito está em segredo de justiça e, referindo-se a decisão que decretou a prisão preventiva de Caio, informou que demonstrou a prova da existência do crime, os indícios da autoria e o perigo gerado pelo suspeito se posto em liberdade.
O advogado Sérgio Samarone, que atua na defesa de Caio Claudino, disse que vai contestar o inquérito policial e provar que o verdadeiro assassino de Silvanilde está solto. “Há muitos pontos obscuros no inquérito. Nós queremos fazer justiça à Silvanilde, pois acreditamos que o autor desse bárbaro assassinato se encontra solto e rindo por ter outra pessoa presa no lugar”, disse.
“A gente tem certeza que existiu outra pessoa na cena do crime. Logo, logo, vamos desvendar e vamos colocar essa pessoa atrás das grades”, disse Samarone.