Do ATUAL
MANAUS – Operação da Polícia Federal, Receita Federal e do Ministério do Trabalho, na manhã desta terça-feira (14), combate grupo criminoso que atua na falsificação e contrabando de cigarros de marcas paraguaias, descaminho de maquinário utilizado na fabricação de cigarros, tráfico de pessoas, trabalho escravo, falsificação e uso de documentos falsos, crime contra as relações de consumo, crime contra os registros de marcas e lavagem de dinheiro.
A Operação Illusio cumpre 11 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária e 35 de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal em Belo Horizonte (MG). Os agentes federais fazem buscas em residências, galpões e empresas nas cidades de Manaus (AM), Capim Grosso (BA), nas cidades mineiras Belo Horizonte, Divinópolis, Itaúna, Nova Lima, Nova Serrana, Pará de Minas, Pitangui e São Gonçalo do Pará. A ação também ocorre em Barueri, Carapicuíba, Indaiatuba, Osasco, Santana de Parnaíba, São Caetano do Sul, São Paulo, Taiuva, todas em São Paulo, além de Nova Ipixuna (PA).
A Justiça decretou também o sequestro de bens e valores contra 38 pessoas físicas e 28 empresas no total de R$ 20 milhões.
A partir de investigação, a Polícia Federal e a Receita Federal identificaram toda a cadeia de produção dos cigarros clandestinos na região de Divinópolis, além de toda a organização criminosa envolvida no esquema de fabricação de cigarros paraguaios falsos.
Foi revelado que a quadrilha, chefiada por um empresário de Barueri/SP, cooptava trabalhadores no Paraguai, os quais eram trazidos para fábricas clandestinas no Brasil, na região de Divinópolis/MG, onde eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão, com a liberdade tolhida, permanecendo reclusos, sob vigília, e incomunicáveis, por vários meses, no interior dos estabelecimentos.
Segundo a PF, os trabalhadores tinham os telefones confiscados e eram impedidos de ter qualquer acesso ou contato com o mundo exterior. Eles sequer sabiam o local em que se encontravam, pois eram conduzidos até as fábricas com olhos vendados.
A distribuição dos cigarros falsos era feita em caminhões com a ocultação destes produtos, atrás de cargas de calçados produzidos na região de Nova Serrana/MG.
Os presos responderão por um ou mais dos seguintes crimes elencados com as respectivas penas máximas: organização criminosa – 8 anos, contrabando de cigarros – 5 anos, descaminho de maquinário – 4 anos, tráfico de pessoas – 8 anos, trabalho escravo – 8 anos, falsificação e uso de documento particular falso – 5 anos, crimes contra as relações de consumo – 5 anos e lavagem de dinheiro – 10 anos.
O nome da operação se refere a ilusão, uma vez que os cigarros falsificados eram vendidos ao consumidor final como se fossem cigarros contrabandeados, ou seja, produzidos no Paraguai.