Da Redação
MANAUS – A líder indígena Sônia Guajajara comparou, na sexta-feira, 13, a situação dos indígenas no Brasil a um cenário de guerra, incentivado pelo ódio disseminado por forças políticas conservadoras, autoritárias e racistas. Nesse cenário, segundo ela, as pessoas se sentem incentivadas a matar porque apostam na impunidade.
“Todas as pessoas que não gostam de nós estão se sentindo autorizadas a matar porque sabem que a impunidade impera . O que vamos fazer para isso acabar !??”, disse Sônia em uma rede social.
A declaração foi dada após a morte do indígena Dorivan Soares Guajajara, de 15 anos. Ele foi assassinado na sexta-feira, em Amarante (MA), nas mediações da terra Indígena do Povo Guajajara.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, Dorivan foi esquartejado. Outro jovem, identificado como José Roberto Silva também foi morto.
Para a polícia, o assassinato aconteceu devido a envolvimento com drogas e por isso, será investigado pela polícia local, por não se tratar de crime relacionado à “condição indígena”.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, “há décadas, os Guajajara enfrentam invasões de madeireiros e caçadores, que entram na floresta para se apropriar de seus recursos. A situação tem se agravado cada vez mais”.
Segundo a Comissão, desde 1992, aconteceram 20 assassinatos de indígenas na localidade.