Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – A secretária municipal de Sáude de Manaus, Shádia Fraxe, disse em entrevista a TV Rio Negro, afiliada da Band em Manaus, que pessoas estão vindo de outros estados para se vacinar na capital amazonense e que não há como ter controle da situação. Fraxe afirma que o SUS (Sistema Único de Saúde) não permite fazer distinções entre nacionalidades e que a longa fila de vacinados impossibilita pedir comprovante de residência.
“Nós temos relatos disso mesmo (pessoas de outros estados vacinando em Manaus), é uma situação muito difícil. O cidadão brasileiro te apresenta um documento que tem validade nacional. A não ser que se pedisse o que? Um comprovante de residência? A gente já tem filas enormes, o comprovante que ele apresenta é válido em todo território nacional, então é muito complicado barrar alguém”, disse.
“Eu mesma já presenciei pessoas vindo de São Paulo para cá pra se vacinar, mas como a gente vai fazer pra ver isso? É um cidadão brasileiro que tem comorbidade. Fica aí até uma sugestão pra gente ver como podemos fazer esse controle”, disse.
Questionada pelo ATUAL, a secretária esclareceu que não presenciou vacinação de pessoas que moram em outros estados, mas que é uma situação que pode acontecer e que soube de um caso. “Isso pode acontecer, inclusive eu já tinha visto gente num voo que eu vim de São Paulo, que tinham vindo pra cá fazer alguma coisa e iam aproveitar pra se vacinar”, disse.
O PNI (Plano Nacional de Imunização) destina doses de vacinas de acordo com a população de cada município, com a quantidade calculada para os grupos prioritários. Em decorrência disso, estados e municípios podem pedir comprovante de residência para controlar a vacinação. É o caso de Fotrleza, João Pessoa, Porto Alegre e Belém. No Amazonas, no entanto, não há exigência e a prefeitura de Manaus também não estabeleceu o protocolo.
Fraxe afirma que não é possível fazer a cobrança devida a longa fila da vacina. “A gente vacina mais ou menos 8,5 mil pessoas por dia, já chegamos a vacinar 15 mil por dia, não tenho como cobrar na fila um comprovante de residência”, disse.
A secretária também defende que, pelo SUS ser nacional, todas as pessoas têm direito à vacinação, independente do local. “Todo brasileiro tem direito à vacina, infelizmente algumas pessoas utilizam essa forma, mas eu não tenho como acusá-la de fazer algo errado porque o SUS é de todo brasileiro, é nacional. Ele vai me apresentar qualquer documento de identificação e são válidos em todo território nacional. É complicado fazer esse controle numa fila de 8 mil pessoas”, disse.