Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O arcebispo de Manaus Dom Leonardo Steiner afirmou que a ordenação de homens casados como padres na Amazônia é um dos elementos que foram votados e aprovados durante o Sínodo da Amazônia, mas ainda “deverão ser estudados e aprofundados”.
A declaração consta em nota divulgada na noite desta quarta-feira, 12, mesmo dia em que o Vaticano publicou a exortação ‘Querida Amazônia’. No documento, o papa Francisco rejeitou a proposta de ordenar diáconos como padres na Amazônia, aprovada pela assembleia do Sínodo em outubro de 2019.
“Talvez alguns se perguntem porque determinados elementos não entraram na exortação apostólica, como por exemplo a ordenação de diáconos permanentes como sacerdotes, os viri probati. Existem elementos que foram votados e aprovados durante o sínodo, mas estes deverão ser estudados e aprofundados”, afirmou Steiner.
O arcebispo de Manaus disse que a exortação apostólica trata-se de um texto de “animação, evangelização e meditação”. “Ajuda poeticamente a refletir a realidade. Os outros elementos, digamos jurídicos, com o tempo o santo padre deverá apresentar diversas soluções. Especialmente em torno dos ministérios, não só do ministério ordenado, mas também o ministério dos leigos”, disse Steiner.
A expectativa era grande em torno do texto que resultou do encontro de sacerdotes no Sínodo da Amazônia, segundo Steiner. “Nos preparamos para o Sínodo, acompanhamos os debates e as reflexões, e agora recebemos esse presente do santo padre. Ele dividiu o texto em quatro grandes sonhos: sonho social, sonho eclesial, sonho ambiental e o sonho cultural”, afirmou.
Para o arcebispo, a tarefa da Igreja, agora, é refletir sobre o texto nas comunidades e, “como bispos da nossa região, tentarmos ver como é uma igreja encarnada, uma igreja culturalmente inserida, uma igreja ambientalmente preparada, mas especialmente uma igreja que sabe evangelizar e ser missionária”, disse.
“Agradecemos ao santo padre por esse texto e agora todos vamos dedicar tempo e ver o que podemos implementar nas nossas comunidades”, concluiu Steiner.