
Da Redação
MANAUS – O Brasil tinha 1,6 milhão de residências sem banheiros em 2019, segundo pesquisa do IBGE. Eram cinco milhões de pessoas sem acesso às condições sanitárias básicas.
A situação é delicada no Nordeste, onde 965 mil casas estão desprovidas de banheiro; o Norte registra 531,4 mil residências sem essa parte da residência. O Sudeste tem 82,7 mil casas nessas condições; Sul conta com 25 mil; e o Centro-Oeste fecha a lista com 18,7 mil residências sem banheiros (é possível acessar os dados por municípios no site www.painelsaneamento.org.br ).
Para Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, estes números, somados aos outros milhões de brasileiros que vivem em residências sem coleta e tratamento dos esgotos, escancaram um Brasil com dificuldades imensas para trabalhar com estes desafios.
“Em pleno Século 21, nós temos números drásticos de milhões de pessoas sem banheiros e também vivendo em condições precárias quando o assunto é a infraestrutura de saneamento básico”, diz.
“Estamos em uma nova década com muitos compromissos, dentre eles de acelerar a expansão dos serviços de água e esgoto com o Novo Marco Legal do Saneamento. Além disso, temos até 2030 para cumprir minimamente com algumas das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Temos que mobilizar o país inteiro para que a sociedade tenha acesso ao mínimo de dignidade o mais rápido possível”, afirma.
Conforme o Trata Brasil, a ausência do saneamento básico tem implicações em outros setores socioeconômicos. É o caso da pobreza menstrual, que consiste na falta de acesso a recursos e infraestrutura para manter uma higiene de qualidade durante o período da menstruação.
No Brasil, mais de 710 mil meninas vivem em locais sem acesso a um banheiro ou chuveiro, como indicam dados do UNICEF, ou seja, elas não têm um lugar para realizar a higiene que é necessária durante esse período.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a ausência da infraestrutura sanitário no Brasil gerou mais de 270 mil internações em 2019, ano pré-pandemia, com notificações de doenças diarreicas, dengue, leptospirose, esquistossomose, entre outras.
A região Nordeste registrou 113 mil internações, contudo o Norte foi a que mais apresentou internações quando analisada a incidência por 10 mil habitantes, a qual foi de 22,89 contra 13,01 na média do Brasil.
Nesta sexta-feira (19) é celebrado o Dia Mundial do Banheiro.