Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB) protagonizaram momento embaraçoso na reunião da CPI da Covid nesta terça-feira (29). Em momento tenso, Braga negou a existência de pagamentos indenizatórios no governo dele, mas Omar o contrariou.
“Quando eu falei que tinha processos indenizatórios em governos e administrações, vossa excelência pulou e disse que não. É bom o senhor dar uma olhada no Portal da Transparência, que existe lá como indenizatórios R$ 346 milhões pagos”, disse Aziz.
A questão foi levantada após o deputado Fausto Júnior (MDB), que foi relator da CPI da Saúde no Amazonas, afirmar que poderia ter indiciado Aziz por contratos indenizatórios. Segundo o deputado, desde 2011, o governo estadual pagou R$ 1,5 bilhão em processos indenizatórios.
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Aziz citou que pagamentos por serviços sem cobertura contratual vêm acontecendo desde o governo de Braga. O emedebista, no entanto, reagiu: “Não, Omar. Por favor. No meu governo não houve pagamento de verba indenizatória. Pode mandar fazer a consulta”, disse Braga.
Em outro momento, após consultar o Portal da Transparência, Omar contrariou Braga dizendo que havia R$ 340 milhões em processos indenizatórios pagos na gestão do emedebista. Aziz, no entanto, disse que não houve irregularidade no pagamento.
“Foram pagos corretamente. Não foi nenhum tipo de coisa errada que vossa excelência fez, não”, disse Aziz. Braga respondeu: “Eu não olhei, mas posso me dizer com toda tranquilidade, senador. Vossa excelência era meu vice-governador e acompanhou…”.
Omar confirmou que era vice-governador e só estava trazendo a questão à tona porque Braga havia negado. Em resposta, o senador do MDB citou a Operação Albatroz, deflagrada em 2004, que, segundo ele, “acabou” com os pagamentos indenizatórios.
“Nós tivemos a operação Albatroz, e ela acabou com história de pagamento por indenização, porque era aquelas cautelas que vinham dos hospitais que compravam as coisas da forma que compravam. Houve uma interrupção da sequência”, disse Braga.
Omar disse que Braga tinha razão em afirmar que não houve irregularidade porque estava ao lado dele e conhece o “zelo em relação a administração”. O presidente da CPI da Covid citou que pagamentos indenizatórios são “corriqueiros”.
“É uma questão corriqueira ter processos indenizatórios tanto nos estados como nos municípios. Não é só no Amazonas, qualquer estado tem. Lógico, com a fiscalização do TCE, com a PGE autorizando, isso não é feita aleatoriamente”, disse Omar.