Do ATUAL
MANAUS – O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse em entrevista ao jornal “O Globo” que investigação da Polícia Federal e do próprio STF descobriu planos para prendê-lo e até enforcá-lo na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Segundo Moraes, que é presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), havia três planos contra ele.
O primeiro, relatou o ministro, era que as Forças Especiais [do Exército] o prenderiam em um domingo e o levariam para Goiânia. “No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio”.
Segundo Moraes, “o terceiro plano defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes”. O ministro considerou que esse era o nível de agressividade e ódio das pessoas, “que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”.
Moraes disse que, tirando um exagero ou outro, já esperava por algo desse nível. “Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem”.
Alexandre de Moraes diz que ele e a família ainda são ameaçados, principalmente contra as filhas. “Preferem ameaçar as meninas e sempre com mensagens de cunho sexual. É um povo doente”, disse. “Esses golpistas são extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente”, afirmou.
O ministro considerou acertada a decisão do presidente Lula de não decretar a Garantia da Lei e da Ordem no 8 de janeiro de 2023, pois iria gerar mais violência. A prisão do comandante da PM de Brasília e o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também foi acertada, segundo Moraes, porque evitou efeito dominó nos estados. Isto é, o encorajamento dos golpistas em incentivar o caos.
Conforme o ministro, embora alguns integrantes do Exército tenham flertado com o golpe, a Força Militar jamais cogitou destituir as instituições democráticas.