
Da Redação
MANAUS – Em Manaus, 97% dos moradores de palafitas, becos e rip raps dos bairros Compensa, Cachoeirinha e Redenção afirmam terem mais dignidade após o acesso à água tratada. De modo geral, 93% estão satisfeitos com o serviço sendo ofertado, quando antes o índice era de apenas 40%.
A satisfação foi identificada pelo Instituto Trata Brasil em pesquisa sobre o acesso a água tratada na capital. Conforme o estudo, a confiança na qualidade da água entregue às moradias avançou de 45% para 81%. As ligações clandestinas, que representavam risco à saúde das pessoas e eram a principal fonte de acesso à água, caíram a zero.
De acordo com o levantamento, para 81% dos entrevistados a saúde e a qualidade de vida mudaram para melhor depois da chegada do serviço de água potável. Os benefícios mais citados pelos moradores foram a melhoria na qualidade de vida, ter água tratada todos os dias e a regularização do domicílio.
A população passou a contar, pela primeira vez, com comprovantes de residência e grande parte das moradias foram cadastradas na tarifa social, benefício que concede 50% de desconto para famílias de menor renda.
Questionados quanto a frequência com que ficavam doentes, observou-se que muitos adoeciam entre 3 e 4 vezes ao ano, mas que depois do acesso à água tratada a frequência caiu. Antes dos serviços, 43% das pessoas relatavam ficar doentes uma vez ao ano e esse índice subiu a 83% após a água potável chegar às torneiras.
“Já é de amplo conhecimento da comunidade médica, e confirmado em vários de nossos estudos, que a chegada da água potável traz grandes melhorias na vida das pessoas, começando pela redução das doenças”, diz Édison Carlos, presidente executivo do Instituo Trata Brasil.
“Neste estudo, isso fica ainda mais claro pelo reconhecimento da grande maioria dos moradores que agora, com água tratada, se sentem mais saudáveis e com melhores expectativas de vida”, afirma.
A percepção das pessoas foi de que o impacto das doenças de veiculação hídrica foi reduzido em até quatro vezes. Crianças adoeceram e não foram à escola (46% para 11%), idosos adoeceram e não realizaram suas atividades (32% para 6%) e pessoas faleceram (10% para 2%).
Nas comunidades pesquisadas, 51% trabalham com ou sem vínculo empregatício, 33% são beneficiários do Bolsa Família e 50% receberam o auxílio emergencial no enfrentamento à pandemia do coronavírus. Já o desconto na conta de água, por meio da Tarifa Social Manauara, chega a 67% dos entrevistados. “Observa-se que programas como a Tarifa Social são muito importantes para que essa população tenha condições financeiras de arcar com suas contas e assim manter sua dignidade”, diz Édison Carlos.
O acesso à água potável para famílias em situação de vulnerabilidade integra o programa ‘+ Águas’ da concessionária Águas de Manaus. “O crescimento exponencial de Manaus não foi acompanhado pelos serviços de infraestrutura ao longo dos anos. Para ampliar o acesso à água tratada, vamos implantar novos 260 km de redes de água, garantindo o benefício da Tarifa Social às famílias de menor renda”, diz o diretor executivo da Águas de Manaus, Diego Dal Magro.
Pesquisa
Denominada “Trata Brasil na Comunidade” a pesquisa já avaliou comunidades no Nordeste, Sul e Sudeste brasileiro. A cidade de Manaus passou, recentemente, por reestruturação de prestação dos serviços de saneamento básico e uma das prioridades, de acordo com a nova concessionária, têm sido o atendimento dessas comunidades.
São grandes os desafios para universalizar os serviços de saneamento no estado do Amazonas, bem como na capital Manaus, então é relevante registrar esses avanços.
O Instituto ouviu 1.046 moradores dos três bairros Compensa, Redenção e Cachoeirinha, em Manaus, com o objetivo avaliar a qualidade de vida e condições de saúde, antes e depois da chegada do abastecimento de água tratada.
A pesquisa foi aplicada por moradores das comunidades, devidamente treinados, sendo realizada entre 21 de junho a 21 de julho de 2021, com margem de erro para 2.67% e 95% de confiabilidade.
(Com assessoria do Instituto Trata Brasil)