Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O ex-governador do Amazonas José Melo, cassado em 2017 por compra de votos nas eleições de 2014, e os ex-secretários Evandro Melo, Pedro Elias, Raul Zaidan, Wilson Alecrim, Afonso Lobo e José Duarte Filho serão interrogados nos próximos dias 6 e 7 de agosto. Nesta ação, eles são acusados pelo MPF (Ministério Público Federal) de integrar organização criminosa que desviou R$ 104 milhões da Saúde do Amazonas e que foi descoberta pela Operação Custo Político, desdobramento Maus Caminhos.
De acordo com a juíza Ana Paula Serizawa, da 4ª Vara Criminal da Justiça Federal do Amazonas, no dia 6 de agosto, às 9h, serão interrogados Evandro Melo, Edilene Gomes, José Duarte, Ana Claudia Gomes e Keytiane Almeida. No dia seguinte, também às 9h, a juíza interrogará José Melo, Pedro Elias, Raul Zaidan, Wilson Alecrim e Afonso Lobo. As audiências poderão continuar nos dias seguintes caso os interrogatórios não sejam concluídos.
A Operação Custo Político prendeu o ex-governador José Melo e os seis ex-secretários em dezembro de 2017. Segundo a Polícia Federal, a organização realizava pagamentos de propina a agentes políticos e servidores públicos, com o objetivo de obter facilidades dentro da Administração Pública estadual, tais como agilizar a liberação de pagamentos, obtenção de contratos públicos e o encobrimento dos ilícitos praticados, conforme representação do MPF.
Os crimes eram realizados através do INC (Instituto Novos Caminhos), que tinha contrato com a Susam (Secretaria de Estado de Saúde) para gerir apenas três unidades de Saúde do Estado. A Operação Maus Caminhos identificou que dos R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo FNS (Fundo Nacional de Saúde) ao FES (Fundo Estadual de Saúde), mais de R$ 250 milhões foram destinados ao instituto do médico Mouhamad Moustafá.
Até o momento, das 72 ações penais ajuizadas pela Maus Caminhos, esta é a única que pede a condenação do ex-governador José Melo, que cumpre pena provisória com o uso de tornozeleira eletrônica. De acordo com o MPF, a Justiça já julgou nove ações penais, do quais duas obtiveram sentenças condenatórias e sete absolveram os réus.