MANAUS – Em entrevista ao Jornal do Amazonas, da Rede Amazônica, na noite desta segunda-feira, 13, o governador José Melo (Pros), candidato à reeleição, disse que não usou a máquina pública em favor da candidatura dele. Melo foi questionado pelo entrevistador a respeito da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) no dia 17 de setembro, com pedido de cassação do registro de candidatura dele e do vice na chapa, o deputado federal Henrique Oliveira (SDD).
O jornalista quis saber se Melo temia que seu registro fosse anulado pela Justiça Eleitoral. “Na verdade eu não temo, até porque, em nenhum momento eu usei a máquina pública em favor da minha candidatura. Tanto é assim que a própria Justiça determinou ao candidato de então e hoje meu adversário que retirasse a propaganda que estava sendo utilizada, porque a própria Justiça reconhecia que não era bem assim. Vou me defender em todos os momentos que for acusado e nesse também”, respondeu o governador.
A ação do MPE por abuso de poder político também alcança, além do candidato José Melo e do vice dele, o deputado estadual eleito Platiny Soares (PV), o comandante-geral e o subcomandante-geral da Polícia Militar do Amazonas. O MPE pediu e a Justiça Eleitoral determinou o afastamento do comandante da PM até a promulgação do resultado das eleições e a posse dos eleitos.
Melo foi questionado por que não substituiu os comandantes afastados, nomeando outros militares para os dois postos, ocupados interinamente pelo chefe do Estado Maior da PM. “Eu decidi que iria continuar no formato que estava, que era um formato que estava dando certo, e em plena campanha política eu não iria fazer a modificação”, disse o governador. Ele também afirmou que a não nomeação de novos comandantes não compromete a segurança pública. “Ao contrário, a segurança continua muito bem, super coordenada; não há nenhum senão, tanto é que os índices de criminalidade estão caindo nesse momento em que estamos disputando essa eleição”.
A ação do MPE
Apuração da PRE aponta que houve um aparelhamento da PM com o propósito de favorecer a candidatura do atual governador e do candidato a vice na chapa dele e também do candidato a deputado estadual Platiny Soares. O esquema de utilização da máquina administrativa com fins eleitorais, segundo a ação do MPE, estava estruturado em três núcleos: núcleo do alto comando da PM, núcleo grevista e núcleo legislativo.
Entre as medidas adotadas pelo alto comando da PM, segundo o Ministério Público, estão o direcionamento da atuação da corporação para fins eleitorais e a concessão de benesses administrativas sem fundamento legal a policiais militares envolvidos no movimento grevista ocorrido em maio deste ano, com o objetivo de obter apoio político e influência no pleito eleitoral. Também foi constatado o favorecimento da companheira do comandante-geral da PM com uma bolsa de estudos vinculada ao gabinete do deputado estadual Cabo Maciel (PR) e a nomeação dela para um cargo em comissão na Casa Civil do Governo do Amazonas, em troca da atuação do comandante em favor da candidatura do governador.
Stand-up comedy esse governador .