Da Redação
MANAUS – Depois de quase três horas de reunião no CRM (Conselho Regional de Medicina) do Amazonas, na noite de terça-feira, 13, os donos e sócios de empresas médicas que prestam serviços ao governo do Estado, e estão sem receber pagamentos desde agosto deste ano, decidiram paralisar, a partir da próxima quarta-feira, 21, as cirurgias eletivas. Os serviços serão suspensos a partir das 7h do dia 21.
De acordo com o médico Victor Hugo, que gravou vídeo para falar sobre a decisão, a medida visa “resguardar as nossas empresas que estão na beira da insolvência”, por falta de pagamentos do Estado. Segundo ele, as empresas não tem mais como se manter.
Outro motivo alegado para paralisação das cirurgias eletivas é a falta de condições mínimas nos hospitais do Estado para realização desses procedimentos. As cirurgias eletivas são agendadas com antecedência, e alguns pacientes esperam meses, às vezes, até mais de ano na fila.
“Elas [as cirurgias eletivas] não estão acontecendo em condições mínimas aceitáveis, seja do ponto de vista do material do anestesista, da equipe cirúrgica, da OPME [Órteses, Próteses e Materiais Especiais], do pós-operatório que também está muito prejudicado”, disse Victor Hugo.
O médico explicou que os serviços de atendimento de urgência e emergência serão mantidos, inclusive as cirurgias.
A médica Ana Cristina, também representante de empresa prestadora de serviço, disse que a situação dos hospitais onde vêm sendo realizadas as cirurgias de forma precária, pondo em risco a vida dos pacientes, já vem sendo denunciada há muito tempo ao Ministério Público. “Nossa empresa, no ano passado, já fez essa documentação, inclusive com escrivão de cartório, onde representa a fé pública, nós denunciamos todas as necessidades que já estamos tendo há mais de ano”.
As cirurgias eletivas ficarão suspensas “até que o Estado providencie mínimas condições para que os profissionais consigam prestar assistência digna aos pacientes, que estão em risco”, disse Victor Hugo.
Pedido à ALE
Na terça-feira, 13, pela manhã, os médicos foram à Assembleia Legislativa do Amazonas tentar convencer os deputados a aprovarem um projeto de lei que emenda o orçamento do Estado de 2018 para permitir o remanejamento de recursos de dois fundos estaduais para bancar despesas com a saúde. Os deputados ficaram de aprovar nesta quarta-feira, 14, a matéria, que destinaria R$ 122 milhões exclusivamente para pagar as empresas médicas.
No fim da tarde, o secretário de Saúde do Amazonas, Francisco Deodato, e o secretário de Fazenda, Alfredo Paes, concederam entrevista e afirmaram que os pagamentos vêm sendo feitos às empresas de acordo com o que foi programado para este ano e que se a Assembleia aprovar o projeto de lei nesta quarta-feira, as empresas vão continuar recebendo até dezembro, os meses em atraso.
Francisco Deodato afirmou, durante a entrevista, que não havia motivo para paralisação de serviços na saúde do Estado.
Leia mais sobre o que disseram os secretários a respeito do assunto.
Médicos Victor Hugo e Ana Cristina falam sobre a decisão
ALGUEM SABE INFORMAR QUANTO GANHA UM MEDICO/CIRURGIÃO , ANESTESISTA, ??