Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – A Polícia Federal (PF) descobriu na investigação da Operação ‘Custo Político’, segunda etapa da ‘Maus Caminhos’, que o médico Mouhamad Moustafa chegou a recorrer a uma ‘mãe de santo’ para acalmar o ‘espírito’ do ex-secretário de Saúde do Governo do Amazonas, Wilson Alecrim. Conforme a PF apurou, em um certo momento houve um desentendimento entre Moustafa e Alecrim. Ambos estão presos. Mouhamad é considerado pela PF, MPF (Ministério Público Federal) e CGU (Controladoria Geral da União) como líder de um grupo que desviou mais de R$ 110 milhões com fraudes em contratos para serviços de saúde pública. Alecrim foi preso por suspeita de envolvimento no caso.
Conforme o processo de investigação ao qual o ATUAL teve acesso, “em algum momento houve um rompimento entre os dois (Wilson e Mouhamad) ao ponto do Mouhamad pedir para uma senhora chamada ‘Mãe Thoinha’ que fizesse um ‘trabalho’ em cima do ex-secretário de saúde, pois o mesmo o estaria perseguindo”, diz a PF no relatório da ‘Custo Político’.
O ‘trabalho’ espiritual com a intenção de causar mal aos desafetos de Mouhamad foi registrado em uma foto é enviada por ‘Mãe Thoinha’ a Mouhamad. A PF encontrou a imagem no celular do médico.
Inimizade
As investigações, segundo o relatório da PF, identificaram elementos que caracterizam a inimizade entre Mouhamad e Wilson Alecrim. “Porém, os pagamentos mensais permaneciam independentemente da relação hostil, evidenciando que a rede de corrupção estava além dos domínios de Mouhamad Moustafa. A informação policial traz indícios dessa relação conturbada entre os dois”, cita a PF.
Wilson Duarte Alecrim foi secretário de Saúde no período de julho de 2010 a junho de 2015, tendo exercido o cargo à época em que o INC (Instituto Novos Caminhos) recebeu os dois contratos de gestão de unidades de saúde do Estado. O INC, conforme a Operação Maus Caminhos, liderava o esquema de corrupção subcontratando empresas que eram pagas com dinheiro do Fundo Nacional de Saúde (FNS) repassado ao FES (Fundo Estadual de Saúde).
Segundo a PF, o afastamento de Alecrim da Susam (Secretaria de Estado da Saúde) ocorreu contemporaneamente ao ajuizamento de duas ações pelo MPF, uma por improbidade administrativa e outra por crime de contratação direta ilegal, com favorecimento de determinada pessoa jurídica, ao custo total de 12 milhões de reais em valores da época.
A Polícia Federal cita que também foram réus nessas ações os servidores da Susam José Duarte dos Santos Filho e Domingos Pericles Vital Amazonas, que trabalhavam juntamente com o ex-secretário. “A atuação de Wilson Alecrim e seus subordinados acima citados no curso do processo de qualificação do INC começou a ser revelada por ocasião da análise dos processos que atribuíram a qualidade de organização social”, diz a PF no relatório.
As investigações também revelam que a descentralização da gestão das unidades de saúde partiu do ex-secretário. Foram encontradas fotografias no aparelho telefónico de Jennifer Nayara, ex-presidente do INC, datadas de 12 de maio 2014, em que aparecem reunidos dentro de um avião particular a própria Jennifer, que à época era uma funcionária de uma das empresas de Mouhamad e sócia de outra empresa por ele controlada; Paulo Roberto Bernardi Galacio, à época o presidente do INC, e Alecrim, ex-secretário de Saúde do Amazonas.
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