MANAUS – Um aluno do 7° ano da Escola Estadual Francelina Assis Dantas, no bairro Alvorada 2, zona oeste de Manaus, foi vítima de bullying após recusar a merenda escolar. O caso aconteceu na semana passada. O garoto tem 12 anos e, de acordo com a mãe, uma colega de classe quebrou um espelho na cabeço do menino e em seguida pintou o aluno de batom.
“Quando ela quebrou o espelho, ele começou a chorar, então essa menina começou a passar batom nele. Ele me mandou mensagens, mas não explicava o que estava acontecendo. Fiquei desesperada”, lembrou a mãe, em entrevista ao AMAZONAS ATUAL.
Revoltada com a situação, a mãe que não teve o nome divulgado para preservar o filho, disse que essa não é a primeira vez que a violência acontece na escola. “É a terceira vez que meu filho apanha na escola e não vejo ninguém fazer nada. A diretora não fez nada e ainda disse que não era necessária a minha presença na escola, porque isso é coisa que acontece”, disse.
A mãe disse que a menina que agrediu o filho dela já foi suspensa, advertida, mas os pais nunca foram à escola. “Os pais da menina nunca foram acompanhar a filha na escola, e só viram que ela já foi castigada antes no dia que aconteceu isso com meu filho. Não é porque sou mãe, mas meu filho é um menino bom. Eu não passo a mão na cabeça dele, quando necessário, fica de castigo”, disse.
Após a violência, a mãe tirou o filho da escola pública e o matriculou em uma escola particular. ‘Não tive coragem de mandar meu filho de volta para essa escola, até porque vi que a diretora não ia resolver nada. Estressada, eu até perguntei se ela ia esperar alguém morrer para convocar os pais. Matriculei ele em escola particular, não sei nem como vou pagar”, disse.
A mãe ainda informou que procurou ajuda com especialistas. “Já marquei psicologo para meu filho, essa violência não pode se transformar em trauma na vida dele. Meu filho é minha vida”, finalizou.
O que diz a Seduc
Em nota, a Seduc (Secretaria de Estado de Educação) informou que a gestora da escola estadual Francelina Assis Dantas, Sarah Negrão, assim que tomou conhecimento do fato, convocou os pais da aluna para uma reunião. O encontro foi acompanho pela pedagoga da unidade, que conversou com a estudante e seus responsáveis, aplicando Medida Educativa e suspensão de dois dias. Os responsáveis da aluna assinaram o Termo de Comparecimento na escola. A gestora informou, ainda, que a aluna não possui histórico de violência ou brigas dentro da unidade de ensino.
Casos registrados
Cerca de 42% dos casos de violências registradas nas escolas estaduais de Manaus, no ano de 2014, são em decorrência de bullying. Os dados são da Seduc (Secretaria de Estado de Educação). Em 2015, a secretaria não contabilizou os casos.
Ações sócio-educativas
A Seduc considera que qualquer violência dentro da unidade é infração ao Regimento Escolar e vai de encontro a política educativa pregada pelo órgão. Para prevenir a violência e ajudar os alunos, a secretaria realiza com o alunos de escolas estuais, trabalho com instruções sócio-educativas para a construção de uma sociedade de paz. Além de contarem com acompanhamento pedagógico.
Outra medida de prevenção a violência, são oficinas, com psicólogos, nas escolas que apresentam casos de Bullying. Além disso, a Seduc promove, periodicamente, campanhas relacionadas à violência na escola, que já inclui atividades preventivas contra essa prática.