Do Estadão Conteúdo
BRASÍLIA – Depois de se reunir com o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira (6) que a paralisia do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) frente à guerra em Gaza é “prova cabal da necessidade” de tornar esse órgão mais representativo. O chefe do Executivo brasileiro afirmou que é fundamental o reconhecimento de um Estado Palestino.
“O direito de vingança mata indiscriminadamente mulheres e crianças (…), direito de defesa transformado em direito de vingança constitui punição coletiva”, disse Lula, ao lado de Sánchez, ao reforçar que os dois governos estão comprometidos em avançar na parceria multilateral.
O presidente do Brasil voltou a dizer que “já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos”.
Lula reafirmou o compromisso do governo em tornar a indústria brasileira mais competitiva com acesso a financiamento com custos adequados, mas sem gerar “desmonte das políticas sociais”. “Competitividade da economia não pode ser com redução da renda ou de políticas sociais”, afirmou.
O chefe do Executivo brasileiro voltou a condenar as ações de Israel e disse que o que ocorre na região “é um verdadeiro genocídio”. Sánchez reforçou que a guerra precisa acabar e que o mundo deve reconhecer os dois Estados, tanto árabe quanto judeu.
Após o encontro com o presidente espanhol, Lula também repetiu que o Brasil condenou o Hamas, mas não pode “deixar de condenar as ações do governo de Israel”.
Segundo ele, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) tem “obrigação” de tomar uma atitude que garanta os direitos humanitários às mulheres e crianças que vivem na região de Gaza. Ele avaliou que os membros do órgão representam “muito pouco ou quase nada”.
“É preciso ter uma parada humanitária para resolver o problema de milhares de mulheres e crianças vítimas de violência brutal na Faixa de Gaza”, disse o presidente do Brasil. “Continuo achando que Conselho da ONU tem obrigação de tomar atitude, abrir corredor humanitário, permitir que chegue alimento, água, remédio”, disse Lula.